Conhece o Tarô de Crowley?

O tarô mais famoso é o de Marselha, mas o de Crowley (ou Livro de Thoth) é poderoso que só! Aleister Crowley, um ocultista inglês do século XX, usou como base o tarô tradicional, de 78 lâminas, e adaptou seus significados aos estudos da Cabala. Lindamente desenhado em aquarela por Lady Frieda Harris (o que já nos proporciona uma viagem além da imaginação), esse jogo traz conceitos místicos quanto às figuras, às suas simbologias originais e números e outras acrescentadas, como letras hebraicas, referências astrológicas e até mesmo às quatro escalas de cores minuciosamente estudadas e seguidas à risca por Lady Harris. Nas lâminas, vemos ainda representações dos elementos da natureza e alegorias - por exemplo, a auréola na cabeça e uma chama acima do chacra coronário, que significam a iluminação. A número 5 dos arcanos maiores do tarô aparece em português com três nomes: Hierofante, Papa ou Sacerdote. Hierofante é um termo de origem grega que significa "o grande sacerdote" ou "sacerdote de alta hierarquia". No mundo ocidental, o sumo sacerdote mais conhecido é o papa. Daí as três denominações. Esta carta simboliza o "quê" de sabedoria divina existente no homem, seu mestre interior e todos os desdobramentos desse tema: mediunidade, estado alterado de consciência, proteção ou inspiração espiritual, autoridade ou compromisso espiritual. O número cinco é o das mudanças que nos levam ao crescimento, trazendo-nos qualidades como a paciência e o altruísmo. Porém, há aquele que usa sua sabedoria para ajudar os outros, mas no fundo não consegue ajudar a si próprio. Não conhecemos pessoas assim? Aquelas a que todos correm em busca de bons conselhos etc., mas que na vida pessoal vive conflitos e situações mal resolvidas. Afinal, estamos falando do divino dentro do humano, e não do divino por si só. Na mitologia grega, esse arquétipo é representado pelo centauro Quíron, que tinha conhecimentos médicos, inlcusive de cirurgias e de plantas que curavam, mas ao ser acidentalmente atingido por uma flecha de Hércules, tentou de todas as formas se livrar da dor do ferimento, tendo como única saída para o seu tormento abrir mão da imortalidade.