segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

O Tarô Rider-Waite

O segundo tarô mais utilizado no mundo - perdendo apenas para o de Marselha - é o Raider-Waite, idealizado pelo ocultista anglo-americano Arthur Edward Waite. Na imagem acima, da esquerda para a direita: Mago, Dois de Espadas, Rainha de Ouros, Ás de Copas. Embaixo: Rei de Paus, Sol, Julgamento e Mundo. O autor estudou profundamente o significado de cada lâmina antes de lançar o seu próprio deck, em 1910. Os desenhos foram feitos por Pamela Colman Smith, atendendo a cada detalhe que Waite lhe apontara e também valendo-se de seus conehcimentos esotéricos. A intenção de Waite era facilitar a leitura dos símbolos mas sem que se perdesse a magia que certas imagens causam no nosso inconsciente. Mesmo antes de saber que Tarô era esse, sempre que via essa imagem do Mago, com o símbolo do infinito sobre o chacra coronário, ficava encantada. Promessa para mim mesma: ainda vou estudar o Rider-Waite!

O Urso pode ser... você!


O Urso anda me perseguindo... dia desses, saiu tantas vezes pra mim que uma pessoa que sempre me dá ótimas orientações de como desvendar cada vez mais o sentido das cartas, falou, em tom de brincadeira:
- Vai lavar essa mão!
Ao que respondi:
- Não tenho culpa, tem a energia de algum amigo urso por perto, vou fazer o quê?
E veio a bomba:
- Essa energia negativa, neste caso, está vindo de você mesma.
- Mas como? Eu com inveja ou sendo falasa com alguém? Não, eu sei que não!
Aí vem a beleza do Baralho Cigano:
- Leia nas entrelinhas o que pode significar o Urso além de inveja e falsos amigos.
Sim, pode significar muita coisa ruim vindo do próprio consulente: preguiça (imagine-se com aquele corpo pesadão), indisposição ou antipatia com alguém que não mereça, estar culpando os outros por sua inércia. Até mesmo uma energia sexual mal direcionada ou uma atividade sexual exagerada - como diz outro amigo, vibrações ursídeas - podem ser sinalizadas pela Carta 15.
Falando rapidamente sobre dez de Paus: nos seus ombros pode estar um peso maior do que o necessário. Lavar as mãos é pouco. Às vezes, está faltando lavarmos os olhos para enxergarmos o que pode ser deixado pra trás para ficarmos mais leves.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Yemanjá, a mãe querida


Vamos homenagear
Yemanjá, Rainha do Mar
Uma flor com louvor
A Yemanjá, Rainha do Amor
O segundo raio sagrado da Umbanda trabalha em nós o poder da geração em todos os níveis, inclusive o criativo. Das águas salgadas, ela vem nos purificar e trazer a energia poderosíssima que circula pelos mares.


Yemanjá não é um espírito, é uma vibração, e suas manifestações em terreiro, na verdade, são de mensageiros que trabalham na sua vibratória. Em várias cidades brasileiras ela é reverenciada em algumas datas específicas, mesmo por quem não frequenta terreiros.
Os filhos de Yemanjá são cheios de energia, como o mar, e de emoções intensas, ao mesmo tempo em que são maternais como a representação da mãe que flutua sobre as águas.
Dia 2 de fevereiro é uma das datas em que se homenageia este orixá, quando o povo costuma jogar suas oferendas ao mar. Nos último anos, os terreiros umbandistas têm se preocupado com a questão ambiental. Por isso, em muito lugares os dirigentes pedem que as oferendas sejam compostas por objetos orgânicos, ou que se dissolvam rapidamente, por exemplo, em vez de jogar um vidro de perfume, embebeda-se o perfume em um chumaço de algodão. O elemento sutil do perfume estará lá, tendo o mesmo efeito. A opção mais óbvia são as flores. E que homemangem pode ser mais linda do que uma flor branca atirada nas espumas de uma onda que se quebra?

O triângulo das formas na Umbanda

Na Umbanda, os guias assumem uma persona, uma roupagem fluídica para favorecer uma identificação, aproximação com as pessoas. As figuras mais importantes formam o chamado Triângulo das Formas. São elas: Caboclos, Pretos-Velhos e Crianças.
Muitas vezes, a roupagem assumida pelo guia não tem ligação com suas encarnações anteriores, a escolha é feita de acordo com o que o guia mais deseja trabalhar. Até porque cada uma das três linhas traz mensagens específicas e trabalha de forma diferenciada.
As Crianças, ou Erês, trazem a mensagem da Alegria e da Pureza, pois é assim que deve estar nosso coração em qualquer situação, seja enfrentando um problema, lutando por justiça ou buscando respostas para nossa vida. Muitos dos espíritos que se apresentam como Raiozinho, Pedrinho, Joaninha, Cosminho, Doum etc. são grandes magos brancos, lidam com a mais alta magística em prol da caridade. Tanto que com uma simples bala, ou guaraná, conseguem manipular elementos sutis para ajudar aquele que o procura para aconselhamento. Com essas figuras infantis, as pessoas se sentem à vontade para conversar. Além disso, é uma homenagem às crianças que, por sua vulnerabilidade, passam por sofrimentos que muitas vezes a sociedade não vê ou não consegue reprimir. Elas nos fazem pensar o que fazemos por nossas crinaças no dia a dia. Foi em forma de Caboclo, ou índio, que se apresentou o guia que chegou em uma reunião espírita niteroiense, em 1908, para fundar a Umbanda: o Caboclo das Sete Encruzilhadas. Símbolo de um país que vive na insconstância de desejar uma volta às origens e ao mesmo tempo o progresso a todo custo, o caboclo traz, como mensagem principal, a Simplicidade e a Fortaleza que o homem carrega dentro de si. O médium, quando incorpora um caboclo, assume uma postura altiva, séria, e transmite de forma muito direta as orientações do guia. Eles ensinam, por exemplo, o uso de ervas para fins terapêuticos. De fala mansa, muito carinhosos, sem pressa, como um verdadeiro vovô ou vovó, os guias que assumem a roupagem de Pretos Velhos trabalham com a Sabedoria dos ancestrais e a Humildade que precisamos para avançar, ultrapassando as injustiças de forma a não se cometer mais injustiças ou criar situações de violência. Da mistura brasileira, vem o sincretismo. Os vovôs nos ensinam que boas energias e espíritos de luz não devem ser reduzidos a um rótulo ou presos a uma idelologia. As forças do bem não têm fronteiras. Eles falam do poder dos orixás e dos santos católicos, geralmente carregam um terço de Nossa Senhora, lindamente confeccionado com sementes, e possuem cruzes e figas de guiné, explicando que a força da figa está no poder da planta de que é feito, capaz de atrair energias ruins e assim proteger quem a carrega. Assim como as Crianças, Pretos Velho e Caboclos também representam pessoas da sociedade que sofrem com preconceito e as injustiças sociais. Ao conversar com um guia nestas roupagens, nós prestamos uma homenagem aos índios e negros e paramos para pensar nos belos valores que eles nos transmitem, reforçando a importância que eles têm na formação do nosso caráter. Sem perceber, vamos trabalhando o nosso carma individual e o coletivo também. Silenciosamente, aparando os espinhos da intolerância e da arrogância e redescobrindo a pureza dos primeiros tempos.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Relações na cartomancia


Chama-se cartomancia qualquer oráculo que utilize cartas, seja o baralho comum, o cigano, tarô etc.
As cartas do Baralho Cigano, ou Petit Lenormand, além da mensagem da figura principal, têm uma possível segunda leitura, baseada no baralho de jogo. Como nem sempre coloco nos textos qual a correspondência de um baralho em outro, resolvi fazer um post especificamente sobre isso, para ser bem didática.

Sobre os naipes: cada um é ligado a um elemento da natureza e a um determinado nível de realização/sensação do ser humano. Segundo algumas fontes, acredita-se que eles corresponderiam também às classes sociais da Idade Média:

Copas - Água - Campo Emocional - Clero

Espadas - Ar - Campo Mental - Nobreza, Exército

Ouros - Terra - Campo Físico - Comerciantes

Paus - Fogo - Campo Criativo - Camponeses

Agora, a lista completa das lâminas:

1 - Cavaleiro ou Mensageiro - 9 de Copas
2 - Trevo ou Obstáculos - 6 de Ouros
3 - Navio, Mar ou Viagem - 10 de Espadas
4 - Casa ou Equilíbrio - Rei de Copas
5 - Árvore - 7 de Copas
6 - Nuvens ou Turbulência - Rei de Paus
7 - Cobra, Serpente ou Arco-Íris - Rainha de Paus
8 - Morte, Caixão ou Perdas - 9 de Ouros
9 - Flores, Ramalhete, Buquê ou Chuva - Rainha de Espadas
10 - Foice, Corte ou Transformações - Valete de Ouros
11 - Chicote, Punhal ou Magia - Valete de Paus
12 - Pássaros ou Alegrias - 7 de Ouros
13 - Criança - Valete de Espadas
14 - Raposa ou Armadilha - 9 de Paus
15 - Urso - 10 de Paus
16 - Estrela - 6 de Copas
17 - Cegonha ou Novidades - Rainha de Copas
18 - Cachorro ou Cavalo - 10 de Copas
19 - Torre ou Espiritualidade - 6 de espadas
20 - Jardim ou Ervas - 8 de Espadas
21 - Montanha ou Justiça - 8 de Paus
22 - Caminhos - Rainha de Ouros
23 - Rato ou Desgastes - 7 de Paus
24 - Coração ou Sentimentos - Valete de Copas
25 - Anel ou Aliança - Ás de Paus
26 - Livros - 10 de Ouros
27 - Carta ou Aviso - 7 de Espadas
28 - Cigano ou Cavalheiro - Ás de Copas
29 - Cigana ou Dama - Ás de Espadas
30 - Lírios ou Rios - Rei de Espadas
31 - Sol - Ás de Ouros
32 - Lua ou Honrarias - 8 de Copas
33 - Chave - 8 de Ouros
34 - Peixes ou Tesouro - Rei de Ouros
35 - Âncora - 9 de Espadas
36 - Cruz ou Vitória - 6 de Paus

As cartas do baralho comum, além de serem utilizadas no Baralho Cigano, também estão presente no Tarô, no grupo chamado de Arcanos Menores. Mas isso fica para um outro momento.

A ambiguidade do Trevo

A segunda carta do Baralho Cigano, o Trevo, confunde muita gente. Estamos acostumados a ver o trevo como símbolo de sorte, mas no Brasil a carta acabou tendo uma conotação negativa. Aqui, esta lâmina também é chamada de Obstáculos. Apesar de ser uma carta de sorte para os europeus, pode significar simplesmente uma mudança repentina, seja para uma coisa boa ou não.
O nome científico do trevo é Trifolium, "três folhas" em latim, que é a forma mais comum da planta. O de quatro folhas é o considerado da sorte justamente por ser raro, então, quem o encontra, é um sortudo.
Ela carrega a energia dos Seis de Ouros, que traz o aspecto do sucesso, especialmente material. Porém, pode ser uma coisa efêmera. Os obstáculos que a carta indica são, geralmente, efêmeros também: aquelas pedrinhas que precisamos pular para continuar a caminhada. Nada que nos faça desistir ou parar.
A mensagem principal desta carta, então, é: surpresas à vista, mas nada de se impressionar, temer ou super valorizar, porque em breve passará.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Caminhando e cantando...


A Carta 22 do Baralho Cigano, os Caminhos, tem alguma conotações, todas bem fáceis de entender. Um dos recados pode ser: caminhos é a gente é quem escolhe. Em outro contexto, ela pode nos dizer: determinada situação está no nosso caminho. Ou ainda, com cartas que mostram perspectiva de abertura, como o Sol por exemplo, pode dizer: os caminhos estão abertos para o que você procura.

Na carta acima, a ideia de opção fica bem clara. Mas em alguns baralhos, o desenho é uma estrada reta, única, mas todas as opções são possíveis. A imagem ao lado, por exemplo, de uma certa forma, também dá ideia de dualidade: há o sol e a lua no fim da estrada. Ou seja, mesmo que pareça que estamos num caminho único, que não foi preciso optar numa encruzilhada, o fim da estrada será vivido de acordo com a forma como fizemos a travessia.


Nem todas as cartas ciganas baseadas no Petit Lenormand mantêm o que sua idealizadora, Mademoiselle Lenormand, fez: associar cada uma delas a uma determinada carta do baralho comum. Quando há esta referência, a carta dos Caminhos traz a poderosa figura da Dama de Ouros. Em alguns jogos, faz muita diferença observarmos a referência ao baralho comum. No caso da Rainha de Ouros, ela pode representar uma mulher que cuida muito bem de sua casa, seus bens e de seu corpo, inclusive sua sexualidade. Se o assunto principal é saúde, esta dama pode chegar para dizer que a recuperação virá logo. Além disso, o naipe de Ouros significa as realizações do dia-a-dia. Mas especificamente sobre este naipe, falarei em outro post.

Uma mensagem importante é: ande com confiança, seja qual for a sua escolha ou em que estrada esteja. Passo firmes, atenção por onde pisa, porque o naipe de Ouros é ligado ao elemento Terra.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

São Sebastião, Oxóssi e as matas


Vinte de janeiro, dia do padroeiro: viva São Sebastião, tão apaixonado pelo Rio de Janeiro que, reza a lenda, ajudou Estácio de Sá a expulsar os franceses da nossa cidade. Quem já foi na Igreja dos Capuchinhos, na Tijuca, deve conhecer o famoso vitral que retrata o feito heróico/mítico.


Na Umbanda, São Sebastião é sincretizado com Oxóssi, orixá do conhecimento, da Ciência, dos estudos pelo progresso do homem.
Oxóssi geralmente é retratado como um índio. Os guias de sua linha, os caboclos, trazem nomes referentes a tudo o que diz respeito ao que se encontra nas matas ou em tribos brasileiras: Pena Dourada, Tupinambá, Mata Virgem, Cobra Coral, Ubirajara.
E o homem é isso: um bebezinho em meio ao inesgotável manancial de conhecimento que é a natureza, de onde vem os saberes ancestrais.
Viva São Sebastião, nosso padroeiro e protetor!
Viva Oxóssi! Oké, Caboclo! Inspire em seus filhos o desejo de buscar o conhecimento como forma de entender cada vez mais os desígnios do Pai Maior!

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Rita Lee - Balada Do Louco

Dizem que sou Louco...

A loucura que todos temos às vezes é a saída para momentos insuportáveis. Veja esta imagem da carta zero do Tarô: ao mesmo tempo em que nos dá um medo tremendo porque o Louco não tem onde firmar os pés, temos a sensação de que ele desfruta de uma invejável liberdade, sem nada das convenções sociais que tanto nos prendem.

Partindo do zero, o Louco segue sua jornada pelas outras 21 lâminas dos arcanos maiores do Tarô. A cada imagem, ele vai se confrontando com mais uma faceta da personalidade humana.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

No colo da Mãe

Que toda essa tragédia de enchentes e deslizamentos é apenas uma reação ao que nós fazemos de errado à Mamãe Natureza já sabemos. Mas neste momento, além de doar sangue, mantimentos e roupas, ou ajudar in loco (minha amiga Andrea foi de helicóptero pra Terê para distribuir remédios e fazer atendimentos, que orgulho!), quero apenas lembrar que também devemos ORAR por nossos irmãos que tiveram todos os tipos de perdas e traumas na Região Serrana.

Cada vez que nos depararmos com imagens e novas notícias sobre essa tristeza toda, em vez de proferirmos palavras de lamento ou de espanto, vamos elevar nosso pensamento ao Pai Maior e à nossa Santa Mãe Maria, para que o consolo que não somos capazes de oferecer venha dos Céus até nossos irmãos fluminenses. Isto também é caridade.

Ave Maria, o Senhor Deus está convosco
Bendita sois Vós entre as mulheres
E bendito é o fruto de Vosso ventre, Jesus Cristo
Santa Maria, mãe de Jesus
Rogai por nós,
Seus filhos sempre amados
Agora e sempre que necessitarmos de Ti
Amém!


quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

O naipe de Espadas

Voltando a falar dos naipes, hoje é a vez das Espadas. Associado ao elemento Ar, este naipe simboliza, tanto nas cartas normais como no Tarô, aquilo que atinge ou que surge no nosso campo mental. Claro que agir com a razão é prudente, mas não podemos esquecer sentimentos, intuições e tudo o mais. Resultado: quando somos muito racionais, às vezes caímos no erro de sermos frios e afiados como o fio de uma espada, que corta impiedosamente o que cruzar o seu trajeto. Um naipe, porém, não é uma questão de bom ou mau. Tudo depende de equílíbrio das forças que estão surgindo. A carta acima é o Ás de Espadas, que tem um significado de força extrema: seja a que pode levar a uma vitória "no muque" como até uma violência radicalíssima ou interrupção brusca. Grandes batalhas!
Nesta outra versão da mesma lâmina, o Druid Tarot, que traz uns desenhos inspirados na cultura celta/wicca, a espada surge do meio das águas, imagem muito associada às lendas do Rei Artur.

A espada Excalibur foi-lhe entregue pela Dama do Lago para que, quando se tornasse Rei da Bretanha, Artur reinasse nos novos tempos sem desrespeitar as terras sagradas, na época ameaçadas pelos cristãos que combatiam o que eles chamavam de religião pagã.

Na simbologia esotérica, a espada representa os homens determinados, vontade, bravura, persistência, o guerreiro, o poder. Só que precisamos saber usar o poder e direcionar a vontade, pois mal utilizados eles podem fazer a lâmina da espada vir inesperadamente na direção de quem a maneja, levando a uma derrota muitas vezes irreversível.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Vervain para viver e deixar viver

Uma pessoa me disse que estou precisando tomar Vervain, dos Florais de Bach. Isso me surpreendeu, porque nunca achei que tivesse características autoritárias. Mas na verdade, quando estudamos florais, descobrimos que, dependendo do fio da vida em que nos enroscamos, deixamos transparecer nossos mais diversos monstrinhos ou fraquezas, e acabamos percorrendo as características das 38 essências descobertas pelo Doutor Edward Bach, há quase um século.


Vervain, feita da flor da verbena, é para aquelas pessoas que começam a falar demais no intuito de convencer todos da sua verdade. Verbena é uma flor linda, que tem uma grande variedade, tanto que tive até dificuldade de escolher uma foto para postar aqui. Meu gosto por coisas multicoloridas me levou a esta foto, imaginando que, se fosse um tecido, daria uma bela saia.

No sistema de Florais de Minas, há uma essência feita da mesma flor, a Verbenacea, que é indicada, entre outras coisas, para aqueles "muito entusiasmados com as próprias idéias e opiniões".

Uma curiosidade a respeito da Verbena é que ela não suporta terreno seco, quem as cultiva deve manter o solo sempre bem úmido. A flor gosta de água, o que achei interessante porque sua essência (que aliás é cheirosíssima) é uma das indicadas, na Umbanda, a quem é filho de Yemanjá, a Senhora do Mar. Quase sempre, os filhos de Yemanjá são associados ao arqétipo do superprotetor, que quer cuidar de todos, muitas vezes impondo seu ponto de vista. Ou seja, como alguém com a personalidade Vervain.

A foto ao lado é da verbena que nasce na Inglaterra, de onde vem a essência utilizada pelo sistema Bach. E já que estão me achando mandona e falastrona, hoje mesmo já encomendei meu floral. Por via das dúvidas, vou manter em casa um vidrinho de perfume de verbena, que algum benefício deve trazer também (rá, só falo isso porque acho o cheirinho delicioso). De qualquer forma, vou jogar muita verbena nesse caldeirão e ver que bicho vai dar.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Tum-tum-tum

Meu coração
Não sei por quê
Bate feliz
Quando te vê
Esta foi uma das primeiras músicas que aprendi a cantar, e não há criança que não saiba um versinho ou canção que fale de coração como sinônimo de sede das emoções, de gostar, amar, querer bem.
Como Oxum é o Orixá relacionado ao amor universal e ao chacra cardíaco, é comum esta associação com a senhora das águas doces (além da carta dos Lírios).
A carta 24, porém, não é vista apenas como paixão, namoros e casamentos. Fala de todo tipo de situação que envolve sentimentos profundos.
Outra função importante? Para saber o que é o melhor para você, basta ouvir seu coração.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Oxum é o lírio, lírio ê


Como esse país é um grande sincretismo, tudo acaba se amalgamando e amplia, de alguma forma, o nosso entendimento sobre a mensagem das cartas. Esses dias me perguntaram qual a carta do Baralho Cigano que correspondia à Oxum. Na verdade, duas cartas podem ser identificadas com esse Orixá por causa do que elas representam. Uma delas é a 30, os Lírios. A outra, é o Coração, de número 24. Vou dividir este assunto em dois, começando hoje a falar dos Lírios.

Esta lâmina traz o significa óbvio que nós conhecemos, a de paz interior, tranquilidade profunda. É um ótimo sinal quando aparece no jogo, a não ser que esteja ao lado de, por exemplo, as Nuvens, que aí significariam a quebra da tal tranquilidade. É bom lembrar que essas associações com os Orixás são uma convenção bem brasileira, vem direto do imaginário popular. Os bons sentimentos e a figura dessa flor lembram o Orixá do quarto raio sagrado, a do amor, da maternidade, a do feminino por execelência. Nos terreiros de umbanda, uma de suas músicas mais conhecidas fala assim:

Eu vi mamãe Oxum na cachoeira
Sentada na beira do rio
Colhendo lírio, lírio ê
Colhendo lírio, lírio a
Colhendo lírio para enfeitar nosso congá

A carta representa ainda beleza, elegância e que você é respeitada no meio onde vive. Fazendo uma leitura mais profunda, de acordo com seu significado no baralho comum, a carta 30 é o Rei de Espadas. Esta figura diz respeito a uma pessoa muito inteligente, de pensamento rápido, mas que por isso mesmo pode agir mais por uma frieza intelectual. Espadas é o naipe do aspecto mental do ser humano.

A relação entre a figura central e sua relação no baralho comum nem sempre é muito óbvia. Esse aspecto controverso, na verdade, leva a uma riqueza de opções de leitura. Tudo vai depender do contexto: assunto em questão, cartas ao redor etc.

Mas voltando a falar do lírios. Símbolo de fertilidade e pureza, há inúmeras histórias na mitologia envolvendo a tal flor. Em uma delas, conta-se que deusa romana Vênus, ao nascer da espuma resultante da mistura entre o esperma de seu pai, Júpiter, e das ondas do mar, avistou um lírio e sentiu inveja de sua beleza. Assim como Vênus/Afrodite, Oxum também quer ser a mair bela, a mais sedutora.

No sistema de Florais de Minas, a essência de lírio, chamada pelo nome latino Lilium, equilibra a pessoa que esteja precisando harmonizar seus instintos, como a agressividade ou os excessos sexuais, promovendo um comportamento mais sereno. Ele não embota a pessoa, não é isso. Tanto que também ajuda aquelas mulheres que se sentem rejeitadas ou deprimidas quando estão menstruadas ou grávidas. Pureza sem puritanismo, paz de espírito. O Lilium dá a justa medida das nossas maravilhosas forças e características sexuais e sensuais.

Como Oxum é o Orixá das águas doces, há alguns baralhos que, como carta 30, em vez de usar a imagem da flor usam como símbolo os Rios. Dá no mesmo, a água é um elemento essencialmente feminino, como já postei aqui, o rio simboliza a fertilidade e associamos também à doçura e serenidade a imagem de um rio seguindo seu fluxo.