quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

A coragem de ser Pássaro

"Free as a bird
It's the next best thing to be
free as a bird
(...)
Home, home and dry
Like a homing bird I fly, as bird on wings
Whatever happened to the life that we once knew
Always made me feel soooo
Free"

A carta número 12 do Baralho Cigano, ou Lenormand, é a dos Pássaros. De cara gosto dela, como gosto da música dos Beatles que eu citei um trechinho. Porque a letra fala de liberdade e de voltar ao aconchego apesar de todos os percalços.

Em algumas versões desse oráculo, ela aparece com o nome de As Alegrias, significando um encontro prazeroso e amoroso com alguém especial: a alegria de viver e voar ao lado de quem se ama. Com alguém ou sozinho, alçar voo é uma aventura que remete à liberdade. Não somos menos livres porque dividimos nossa vida com alguém, nem menos livres porque não temos o apoio de alguém ao nosso lado.

Os Pássaros cruzam os ares porque mantêm-se de pulmões cheios e equilibrados. Em bando ou não. Então, a grande mensagem pode ser se entregar a um romance como pode ser também: Vá para a luta, voe, voe, voe...

Como o Lenormand foi criado na Europa, há algumas cartas que originalmente tinham um significado diferente. Segundo minhas pesquisas, na tradição cigana esta carta trazia duas corujas, como símbolos de mau augúrio. Outra mensagem é de que é preciso respeitar o tempo de cada situação que está se desenrolando.
Como aqui não temos uma visão pessimista da lâmina 12, e juntando as principais mensagens da carta, vamos lá:
Aventure-se! Se você não partir "pra cima" na hora em que a vida te pede, a própria vida vai dar um jeitinho de te empurrar pra fora do ninho. Aí o voo vai ser meio tumultuado, é só imaginarmos a cena. Então, planeje o voo na hora indicada (há sempre sinais), mesmo sabendo que nem sempre somos nós que determinamos o seu tempo de duração. Se o voo começar de uma forma inesperada, porém, tenha a certeza de que você recuperará o equilíbrio a tempo de não se machucar no chão.

Free as a bird.... se é para partir, parta. Se é para buscar algo, parta e aguce o olhar. Sem medo, porque nada te impede de que, após o cansaço, a chuva, o calor, você faça uma manobra, sentindo-se mais dono do seu nariz/bico e volte ao ninho que nunca será de ser seu e que sempre, sempre será seu ponto de partida. Só isso já vale o risco.