sábado, 24 de dezembro de 2011

Natal é nascimento

Olhe o bebê da pintura acima. Reconhece? Hoje é fácil dizer. Mas até chegar aqui...

O Natal, ou melhor, o que se comemora hoje, começou assim: com o Menino Deus pequenininho, nos braços da mãe, fisicamente ainda indefeso, desconhecido pela maioria, motivo de dúvidas, vítima de interpretações erradas e injustiças. Todas as nossas boas ações começam assim. Nada forte e justo nasce grandioso, sem opositores, sem dores ou armadilhas. Então, o que celebramos hoje não é simplesmente o nascimento de Jesus: é o novo despertado pela esperança, a renovação, a chance de recomeçar, de fazer melhor, de ser mais.

Esta é a grande mensagem do Natal: somos mais! Agora, se queremos ser mais o lobo faminto ou o cordeiro abençoado, cabe a nós escolhermos.

Por isso é tão especial rever as pessoas que amamos nesta data: a mensagem do Natal potencializa esse sentimento de alegria, de que se nasce para amar e ser amado, para perdoar e ser perdoado - especialmente perdoarmos a nós mesmos. Somente quando nos perdoamos voltamos a acreditar que somos capazes de ser mais, de ser um Menino Deus.

Perdoar é libertar, é olhar o horizonte sem se importar com as pedrinhas aos nosso pés, é respirar o ar puro sem se preocupar com a velocidade com que o mundo gira. E adormecer assim, em paz, como o Menininho acima que comove a todos.

Feliz Natal!

domingo, 4 de dezembro de 2011

Mulheres de Iansã

Podem falar o que quiser: que as filhas de Iansã são explosivas, gostam de aparecer, falam demais, têm um estilo extravagante, colorido, são impacientes, muito emotivas etc. Mas a verdade é que ninguém fica indiferente a essas mulheres. Quando estão felizes, contagiam todos; quando estão tristes, todos se comovem. E não têm pudor de dar sua opinião. A verdade é que a sinceridade, o charme e a solidariedade são marcas registradas de todas nós que nascemos sob sua influênica.

Hoje, quatro de dezembro, é dia de Iansã, orixá das tempestades, ventanias, do equilíbrio das emoções, da energia que precisamos ter para mudanças positivas, a coragem para enfrentar os problemas e principalmente clareza para buscar o justo, o que nos pertence, colocar os pingos nos "is" quando necessário.

Não por acaso, hoje se comemora Santa Bárbara, sua santa no sincretismo. Nascida no século terceiro numa região que pertence à Turquia, ela virou mártir porque não abriu mão da sua opinião. E a relação com Iansã/Oyá vem do fato de ser a santa de devoção quando a tempestade aperta. Uns rezam pra ela, entre um susto e outro com as trovoadas e relâmpagos; outros, pegam as folhas que ganham na missa do Domingo de Ramos e as queima, na intenção da santa. E por falar em queimar, ela é a padroeira dos bombeiros.

A força ígnea (do fogo) dos raios e a eólica (do vento) são importantes, mas sem o devido controle, tudo pode virar cinzas e desordem. Por isso, que Iansã, hoje e sempre, nos dê o devido equilíbrio para usarmos de forma sábia o poder do fogo e do vento, para construirmos, e não destruirmos.

Clara Nunes - Yansa cade Ogun ?

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

A carta do Homem

Podemos chamá-lo de Cigano, o Cavalheiro ou simplesmente o Homem. A figura masculina do Baralho Cigano, a de número 28, é bem óbvia: se o consulente for um homem, refere-se ao próprio. Se for uma mulher, é alguém importante na vida da moça. Não necessariamente namorado ou marido, mas levando-se em conta que as pessoas geralmente procuram nos oráculos respostas para seus relacionamentos...

Não que eu ache errado a pessoa querer saber sobre o ser amado. Todo mundo quer amor, todo mundo merece amor. Mas a lâmina também pode estar se referindo a filho, irmão, amigo, chefe, sócio. A dica está nas cartas à sua volta. Ao lado da Montanha, por exemplo, pode estar falando de uma pessoa muito exigente, corretíssima. Ou de um advogado. Uma cobra: sinal de alguém que pode ser perigoso, que gosta de intrigas, ou de um homem que tenha uma sexualidade muito aflorada.

Muitas vezes, pergunta-se justamente sobre aquele sujeito e ele aparece no meio do jogo. Por quê? Para reforçar que as informações postas na mesa falam, sim, da pessoa em questão.
Ao lado da carta da Torre, ou das Estrelas, pode ser a indicação de que um amigo espiritual está atuando em determinado problema do consulente.

Boas ou más notícias a respeito daquele homem? Quem pergunta, deve se preparar para ouvir a resposta - ainda que a cartomante tenha a obrigação de falar tudo de uma forma suave, delicada. Ninguém merece sair de uma consulta pior do que entrou. 

Orientada, sim; instigada, inflamada, jamais! E pela minha experiência, mesmo quando aparece algo que deponha contra determinada figura masculina, as cartas geralmente dão a indicação de que não devemos julgá-lo, ou as cartas tentam nos mostrar uma forma de entender a fraqueza daquela pessoa.

domingo, 13 de novembro de 2011

"Bem-aventurados os humildes...

... de espírito, pois deles é o Reino dos Céus". No Sermão da Montanha, Jesus reforça a importância de nos desfazermos da vaidade. Tanto na Igreja Católica como na Umbanda, há símbolos de humildade que quero juntar aqui por passarem a mesma mensagem. Vamos dizer... um "personal sincretsimo".
Resolvi associar a imagem de São Vicente de Paulo, santo que viveu em Paris no século XVII, com Obaluaiê, Orixá do Sétimo Raio Sagrado da Umbanda.

São Vicente cuidou dos pobres e doentes e inspirou uma corrente de católicos a praticar a caridade de uma forma mais humanitária: visitando os beneficiados, convivendo com suas famílias, não levando apenas remédio e dinheiro, mas conversando, ouvindo, dando orientação, ajudando o assistido a se promover socialmente. Ele foi ainda um dos espírios de luz que ditou mensagens lindas sobre amor e caridade a Allan Kardec e seus auxiliares, que fizeram esse registro no Evangelho Segundo o Espiritismo, no século XIX.

Obaluaiê também auxilia quem está doente, pois o Sétimo Raio é o da transmutação, da limpeza, é como se ele nos lavassse para o novo. É a essa linha quem pertencem os Pretos Velhos, símbolos da sabedoria e humildade. Por isso, e por causa de algumas historias dele contadas no Candomblé, que ele é normalmente sincretizado com São Lázaro. Na verdade, Lázaro é um mendigo em uma parábola contada por Jesus, que mostra que do lado de lá nem sempre os reis têm uma existência mais feliz do que a dos desvalidos.

Tudo isso pra dizer que na simplicidade e sem alardes podemos fazer muito. Não ser "popular" não significa que não fazemos coisas grandiosas ou que nossos atos não são importantes para muitos.

Quantas pessoas você já ouviu dizer que é devoto de São Vicente ou que celebra Obaluaiê? Mas essas forças lindas, poderosas, mensagens eternas de amor puro e de limpeza espiritual/energética estão aí, o tempo todo à nossa disposição.

Ser humilde não significa que simplesmente não devemos ser gananciosos, loucos por dinheiro e poder. É muito mais profundo: significa que, pequenos como somos, temos uma alma grandiosa, se quisermos. E grande como somos - para quem nos ama, somos pequenos a ponto de precisarmos da ajuda dos outros. Grande é ser popular? Não, grande é deixar o ego lá atrás, escondidinho na sombra do nosso coração.

Viva São Vicente de Paulo, com quem aprendi muito, na minha época de católica, e com quem me emociono ainda lendo o Evangelho Segundo o Espiritismo.

Atotô, Obaluaiê, me limpe e renove minhas energias para eu continuar minha caminhada nesta terra!

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Significado do Jardim no Baralho Cigano

Ufa! Finalmente volto a falar do Baralho Cigano. Taí uma carta que nunca mencionei aqui, a de número 20, o Jardim. É uma lâmina bonita, mas causa uma certa confusão sobre seus significados. De cara, dá para perceber que ela é positiva, não é? Todos gostam de jardins... ainda que alguns me causem uma sensação estranha - tanto que eu tive dificuldades de encontrar uma imagem pra ilustrar. A rpova de que todo exagero deve ser evitado.

Enfim, o que é um Jardim? Um lugar que vai ser bonito ou feio, dependendo do que semearmos nele. Essa é uma das mensagens: que vamos receber, ou já estamos recebendo, o resultado de nossos atos. Em algumas estações do ano, ele pode estar mais viçoso. Em outros, mais acanhado. Não que a gente tenha que achar que cada pedrinha no caminho foi algo feio que fizemos! Há mesmo os percalços da vida... estamos aqui para aprender.

Dependendo da posição em que aparece no jogo, essa carta indica que o assunto apontado diz respeito a pessoas muito próximas de nós, nosso grupo social mais importante, amigos. Ou então que algo muito desejado está se realizando... ou seja... no Jardim, se tivermos paciência, veremos crescer as belas flores ou folhagens que cultivamos> "Quando uma coisa é feita com amor, não tem chance de dar errado". Simples... uma citação do Dr. Bach.

Aliás, olhando "jardins" - especialmente os que cresciam sem a intervenção dos homens - que Edward Bach descobriu o poder vibracional que as pétalas ofereciam de bandeja para nós. Cada flor, um tipo de personalidade que pode ser associada a algum desequilíbrio energético que leva às doenças. A diversidade foi importante: flores de todos os tipos e cores foram testadas e entraram para o rol dos Florais de Bach, ianugurando um tipo de terapia que se espalhou pelo mundo e levou outros pesquisadores a descobrirem novos sistemas florais.

E aí? que tipo de Jardim você tem ou quer ter? Variedade e equilíbrio levam a belos espaços. Ah! E não se esqueça: sejam quais forem suas flores prediletas, um visitante ilustre todos os dias lhe prestará homenagens: o Sol!

Que responsabilidade, hein?

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Bruxinha Rox!

Ahhhh... Depois de uma semana intensa trabalhando como bruxa, tá na hora de relaxar!

O quê? Você ainda não cumpriu todos os compromisso como bruxinha rock'n'roll? Hora de voltar pra vassoura, amiga, e realizar tudo o que esperam de nós:



Poções do amor

Jogo da verdade

Ajudar as amigas em apuros

Gostosuras

e Travessuras, of course!

Humm? O que faremos no resto do ano??? Tudo isso, só que low profile!

Ou se é bruxa noite e dia, ou se é bruxa dia, noite e madrugada!

hahahahhahahahahah

Feliz Dia das Bruxas!

domingo, 28 de agosto de 2011

O destino na palma da mão

Muitas pessoas procuram oráculos por curiosidade simplesmente, mas a importância deles está em orientar o consulente sobre situações críticas ou para avisá-lo sobre alguma complicação que está por vir. Uma vez alertada pelos oráculo, a pessoa tem como evitar certos dissabores.

E assim caminha a humanidade, procurando quem leia baralhos, tarôs, búzios, leitura de mão e muito mais. Essa última modalidade, baseada na interpretação das linhas das palmas e dedos, chama-se Quiromancia (do grego cheiro - lê-se kiro -, que significa mão; mancia, profecia) e permeou o mundo antigo, como Pérsia, Mesopotâmia, Egito etc, chegando até Roma. 

Reza a lenda que o grande romano Julio Cesar confiava que os risquinhos de sua mão poderiam falar sobre o seu futuro. Se lá estava escrito que seria traído por Brutus, ninguém sabe. De qualquer forma, podemos melhorar nossa caminhada no planeta, mas ninguém escapa de seu destino.

Tradicionalmente, as ciganas são associadas a essa forma de prever o futuro, e as mães passam a técnica às filhas. Mas como em qualquer oráculo, o mais importante não é a técnica, e sim, a intuição.

Uma vez leram minha mão e fiquei abismada de como a pessoa foi capaz de prever coisas que aconteceriam comigo - inclusive me dizendo que a partir de determinada idade algo importante se concretizaria, o que se confirmou na época certa. E viu também coisas sobre a minha personalidade, minhas características emocionais e falou em que época eu havia passado um grande trauma na minha vida. Foi a primeira vez que alguém me explicou que quem estuda e trabalha com oráculos deve utilizá-lo sempre como um instrumento de autoconhecimento. Tão antes de tudo isso que acontece agora em minha vida.

Então... já pegaram sua mão para ler a sorte? Se isso acontecer, esteja atento a três coisas:

1. Se a pessoa for séria, ela não te falará coisas que te incitem ao ódio ou à desesperança, seja qual for o assunto abordado;

2. Use as informações para ajudar a construir um futuro melhor, mas não se esqueça de que a vida é dinâmica, não é saudável agir o tempo inteiro em função de uma profecia: dessa forma, não seríamos desafiados a crescer. Os oráculos são para clarear as ideias em situações críticas, e não em coisas corriqueiras;

3. Se algo sair um pouco diferente do que foi previsto, lembre-se: quem utiliza um oráculo é tão humano quanto você, e não um vidente de contos de fadas. Ele está sujeito a fazer uma intrepretação errada.

Os oráculos são valiosos, mas quem os utiliza são passíveis de falha. Afinal, não há deuses sob o sol.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Símbolos: Flor de Cerejeira

O que nos diferencia dos animais? Algumas coisas que depõem contra nós, como a violência gratuita, por exemplo, mas há diferenças que devemos cultivar. Uma delas é que somos sensíveis ao belo, àquilo que não tem nada a ver com o instinto de sobrevivência, como fome e medo, mas que nutre e acalma a nossa alma.

É por isso que algumas manifestações da natureza mexem com nosso humor, e isso é louvável. Um exemplo disso é a transformação emocional dos japoneses na época em que nascem as Flores de Cerejeira. Lindas, delicadas e abundantes, elas marcam o fim do inverno (rigoroso) e é o abre-alas para a deliciosa estação da primavera.

Sakura é o nome que eles dão a essa flor, símbolo nacional do Japão, onde associa-se essa delicadeza rósea à felicidade e lembra ao homem de lá, há muitos séculos, de como a vida é efêmera. Essas flores colorem as ruas, transformam a rotina de um povo, mas em uma semana, elas se vão. Passsou rápido? Pouco importa... o interessante é viver aqueles dias com alegria. Praticar a hanami (observação da Sakura) é uma espécie de festival que lá todos se permitem, reunindo-se para fazer piqueniques sob os pés de cerejeira para ver a sua florada. Isso é tão arraigado na cultura japonesa que os programas de previsão do tempo dão a indicação de quando, exatamente, a Sakura vai florescer em cada parte do país.

Duas grandes lembranças que essa florzinha traz... a felicidade que devemos promover nas nossas relações - tanto que os noivos tomam um chá com suas pétalas no dia do casamento - e que a vida é curta. Por isso, ela deve ser levada com qualidade.

Nos Florais de Bach, há uma essência retirada dessas flores, chamada Cherry Plum. Ela é indicada em casos em que a pessoa teme perder o controle da situação. Aquelas explosões emocionais absurdas que às vezes acontecem, ou quando a pessoa não tem controle de certos movimentos corporais - como um tique nervoso. Não é para a pessoa se sentir amarrada, mas não extrapolar, com palavras ou movimentos agressivos, que depois geram arrependimento.

Se pensarmos que é a flor nacional do Japão, terra em que as pessoas são conhecidas por serem contidas em seus movimentos, controladíssimos - qualidade admirável em casos graves, como vimos a ordem como eles atuaram após a tsunami de março - vemos, mais uma vez, a sabedoria da natureza.

Por outro lado, o excesso de controle também não é bom para o ser humano. E essas florzinhas lembram isso aos japoneses quando os leva a ficar mais soltos e brincalhões durante a sua chegada. E o tratamento com florais é isso: o equilíbrio em todos os aspectos humanos. No caso de Cherry Plum, para termos a harmonia interna para sermos controlados na medida certa, sem exageros.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

A Glória de Yemanjá

As energias ditas femininas na Umbanda são sincretizadas com mulheres santas. Yemanjá e Oxum, com algumas representações de Nossa Senhora. Iansã, com Santa Bárbara e Nanã, com Santana.

Dia 15, comemora-se Nossa Senhora da Glória, que é a representação de Maria quando ela chega ao céu e é glorificada e coroada, segundo a tradição católica. Na Umbanda, celebra-se a energia purificadora e criadora de Mãe Yemanjá, que reina nas águas do Mar.

Seus pontos (músicas) têm uma sonoridade suave, como se estivéssemos flutuando delicadamente sobre as ondas de um mar calmo...

Hoje é o dia da Grande Senhora
De nossa mãe Yemanjá
Brilham as estrelas do céu
Brincam os peixinhos do mar
Yemanjá êêêêêêê
Yemanjá aaaaaa

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Significado da carta da Morte

A oitava carta do Baralho Cigano, chamada Morte, assusta muita gente. Mas a intenção do jogo não é deixar uma pessoa desesperada, sem esperanças. Então, vamos respirar fundo quando essa lâmina aparecer. Da minha experiência, posso garantir que ela nunca indicou que determinada pessoa iria morrer. O que representa, então? O fim de um ciclo, um corte que pode ser de qualquer natureza, a abertura para uma nova era. Mas isso também assusta... porque o novo assusta. Isso deve ser visto como um desafio! Se está aparecendo, é porque estamos prontos para a tal mudança.

Às vezes ansiamos pelo fim de uma situação, sonhamos com uma nova forma de viver, por exemplo, mas quando chega o fim do ciclo que tanto repudiamos, sentimos aquele medinho, como se algo nos dissesse: mas já? Sim, já! O Universo não te quer mais naquilo que te faz infeliz. Não é bom? O susto da mudança não mata ninguém - sem trocadilhos. Então... mostre ao Universo que você é capaz de transformar aquele sonho em realidade.

A vida é movimento. Então, é preciso que certas coisas, padrões, situações morram para que a gente se redescubra, se reinvente. Isso é tão verdadeiro que, levando a uma comparação extrema, com o termo Morte significando mesmo o fim de uma vida, ainda assim percebemos que o ciclo não para: no Evangelho, Jesus diz que é preciso que morra o homem velho para nascer o homem novo. 

Entre erros e acertos, vamos passando etapas, terminando ciclos e iniciando outros, ininterruptamente, até alcançarmos um estado de espírito elevado. Ou seja: a Morte é ou não é uma metáfora?

terça-feira, 26 de julho de 2011

Viva Santana ou... Saluba, Nanã!



Um sonho que demora a se concretizar às vezes supera todas as expectativas...

Era uma vez um casal que sonhava em ter um bebê, mas a gravidez parecia impossível. Resignados, eles resolveram entregar seus destinos nas mãos de Deus, seja lá o que isso significasse. E sabe o que significou? Que com o coração sereno fica mais fácil alcançar um sonho. Já em idade avançada, Ana e seu marido, Joaquim, receberam o presente de ter uma filha. E não era qualquer filha: eles conceberam Maria, a futura mãe de Jesus.

Dia 26 de junho é dia da avó de Jesus: Ana, também santa, é chamada de Santana; outros a chamam de Senhora Santana, uma reverência por representar as avós em geral, ou uma figura materna mais velha.

Na Umbanda, Santana é sincretizada com Nanã, que atua no sétimo raio, juntamente com Obaluaiê. Ambos atuam na transformações dos seres, no nascimento e no desencarne. Como seu sítio de vibração são as águas paradas, ela decanta os sentimentos e recordações dos seres quando o espirito está prestes a iniciar o processo de reencarnação. O que é pesado, o que não presta, é separado da água limpa. Por isso, temos a bênção do esquecimento do que houve de ruim na última vinda à terra.

Mas assim como os outros orixás e forças que atuam nos sete raios sagrados, todos nós temos a vibração dela durante toda a nossa vida. Muitas coisas que somatizamos no corpo, como dores causadas por tensão, podem ser aliviadas se pedirmos sua ajuda para sermos "decantados": ela levará, na medida do que permitirmos, o estresse que está nos deixando com dores e doentes. Obaluiê atua de forma parecida, mas ele faz mais esse processo quando o problema já atingiu o corpo físico.

Saluba, Nanã! Salve sua força!


Na coroa de Zamby eu vi Nanã
Auê eu vi Nana
Na coroa de Zamby eu vi Nanã
Auê eu vi Nanã
Na coroa de Zamby eu vi Nanã
Auê eu vi Nanã

terça-feira, 19 de julho de 2011

La Dolce Vita

Quem disse que viver intensamente não é um hábito espiritualizado? Mirem-se nos italianos: tão belamente passionais e cheios de fé. Além disso, os italianos sempre prezaram o belo. Isso também atinge a alma! Cultura e cozinha riquíssimas, admiradas no mundo todo, e tudo tão cheio de alma, cada coisa que eles fazem...

Esta foto dos lindísimos Marcello Mastroianni e Anita Ekberg, em La Dolce Vita, é para lembrar: por mais que queiramos nos espiritualizar, estamos no mundo da matéria. E aqui, podemos desprezar exageros mórbidos ou egoísmo, mas devemos ficar à vontade para falar o que sentimos, chorarmos sem contrangimento, nos mimarmos com amores, paixões, desejos e com coisas agradáveis a todos os nossos sentidos: isso nos eleva! O humano pulsando ao som do que vem do peito.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Símbolos: O Mudrá da Bênção

Vemos diversas pinturas sobre Jesus Cristo (como esta acima, Salvador Mundi, recentemente atribuída a Leonardo da Vinci), em que Ele aprece com a mão direita nessa posição. O termo Mudrá, de origem sânscrita (uma das línguas indianas), significa selo.
Explicando de uma forma bem simples, os Mudrás são gestos manuais que, segundo diversas culturas orientais, ativam certas ideias contidas no inconsciente coletivo. Melhor: é comos se fosse mesmo um selo, ou chave, para rapidamente entrarmos em contato com forças do Universo ou determinados estados de espíritos elevados.

O da Bênção, segundo as fontes que eu pesquisei, utilizam os elementos fogo (polegar), ar (indicador) e éter, ou celeste (dedo médio) da mão direita (pólo positivo) para, enquanto se profere uma bênção, com esses três dedos na direção do Alto, captar a bênção divina.

Para essa energia fluir de forma equilibrada, a mão esquerda (pólo negativo) deve ficar aberta, na direção do objeto a ser abençoado, ou sobre o chacra cardíaco. Para se abençoar, ou seja, fazer fluir energias boas para determiana coisa ou pessoa, o chacra do coração é importantíssimo: é por ele que expressamos o amor universal, puro, incondicional.

Se não estivermos minimamente revestidos de um amor assim, como abençoaremos? Jesus, com esse gesto, e munido da sua enrome capacidade de nos amar, conseguiu até a multiplicação dos alimentos.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Estrelinha, Estrelinha, pena que tu não és minha...

... E quem disse que não? Elas, ou somente o brilho delas, ou o desenho delas, tudo é bem-vindo para clarear nossas vidas. Estrela é uma referência mágica, em todas as épocas. É o que está no alto, o que nos guia, o que enfeita o céu, o que nos garante uma noite bonita, uma lembrança de algo maior, superior. A carta 16 do Baralho Cigano, por isso, é bem positiva.
A Estrela simboliza iluminação em alguns contextos. Elas mexem tanto conosco que nunca perdemos o encanto em admirar um céu estrelado, mesmo depois de aprender nas aulas de Ciências que enxergamos hoje o brilho de corpos celestes que deixaram de existir há muito.
Até das estrelas cadentes gostamos, acreditando que realizarão nossos pedido. A Estrela de Belém guiou os Reis Magos até onde estava o Menino Jesus. E a Estrela Dalva, grandona, que todo mundo sabe identificar? Na verdade, é o Planeta Vênus, o regente do Amor.
Fora isso, há o encanto especial das Constelações, que têm desenhos muito peculiares, merecendo nomes que ficaram eternizados pelos astrônomos e atrólogos. No Brasil, a Constelação do Cruzeiro do Sul é um dos nosso símbolos – e aparece também na bandeira de outros países do Hemisfério Sul.
Voltando à carta 16 no Baralho Cigano: dependendo de sua posição no jogo, ela pode significar sorte. Diz ainda que, o que está reservado pelo destino, chegará – mesmo que pareça difícil. Ah, às vezes é a indicação de que amigos espirituais estão atuando para nos ajudar em alguma contenda. De qualquer forma, ela chega no jogo lembrando: não se esqueça de que há muito mais entre o Céu e a Terra do que os olhos podem ver ou a imaginação pode supor.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Mah-jong, "oráculo" milenar chinês



Um jogo milenar que veio da China e no século XX se popularizou pelo mundo, o Mah-jong é, originalmente, um jogo composto de 144 peças – ou pedras, como se fala no dominó. Geralmente é feito de madeira ou plástico.

Visualmente intrigante pelos seus simbolozinhos, os nomes das peças são poéticas como costumam ser as coisas do Oriente. Há, por exemplo, um grupo de pedras de flores, separadas pelas estações do ano; o Naipe dos Ventos (Norte, Sul, Leste e Oeste) etc.

Eis que me deparo com cartas usadas como oráculos baseada no Mah-jong! Lindas, não são? O dragão, vou chutar, hein? é do naipe Círculo. O lótus, olha que lindo! me parece que é do Naipe Bambu. A carta da Terra, nem chutando posso dizer. O que me interessa são os desenhos, os caracteres, tudo o que pode mexer com nossa imaginação, nosso subconsciente e, quem sabe, dar uma beliscadinha na nossa intuição. Alguém se arrisca?

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Pulando a fogueira com São Pedro

Com a filha de João
Antônio ia se casar
Mas Pedro fugiu com a noiva
Na hora de ir pro altar


Amo, amo, amo festa junina! Está chegando ao fim a temporada de músicas ingênuas que falam dos três santos do mês, sanfoninha gostosa e comidas, como já disse, deliciosas! Adoro dançar quadrilha, já vendi muita rifa para ajudar obras da igreja, quando ainda era católica, e continuo amando todo esse universo onde cresci.

Nunca pulei fogueira, mas imagino que São Pedro tiraria a tarefa de letra. Daí, o título de hoje. Por quê? Porque São Pedro, pra mim, é uma prova de que das pessoas ditas normais podem surgir as histórias mais incríveis. Nunca sabemos o que a vida reserva pra nós. Mas se está no nosso caminho, somos capazes de fazê-lo. Nem que seja pular uma fogueira para impressionar nossos amigos.

O pescador Simão (seu nome verdadeiro) estava, num belo dia, lavando suas redes e lamentando que a pesca não tinha rendido nada, quando ninguém menos do que Jesus apareceu e lhe pediu emprestado o seu barco para poder ficar numa posição privilegiada e pregar para uma aglomeração que se formara ali. Podemos imaginar o que é o destino? Chega assim Jesus, que ainda nem sabemos quem é, nos pede um favor e depois disso (e de mostrar onde tinha um cardume pronto para ser pescado), chama o sujeito para fazer parte do evento histórico que mudou o carma coletivo da humanidade!!!

E valeu a pena se juntar ao novo grupo, que tinha, aliás, outros pescadores, como seu irmão, André, além de Tiago e João (Evangelista). No final de sua missão, em Roma, Pedro tornou-se o primeiro bispo da nova igreja católica. Por isso é chamado de o primeiro Papa. Mas vamos voltar um pouco os pergaminhos...

Acompanhou o Mestre durante a sua curta vida pública, com uma fé tão inabalável, e por intuição chamando Jesus de Filho de Deus, que Jesus deu-lhe um novo nome, que tradução, vai , tradução vem, chegamos ao latinizado Petrus, a pedra onde Jesus edificaria sua Igreja, ou seus ensinamentos. Daí ficou conhecido como Pedro.

Apesar de prestigiado no grupo, no dia da prisão de Jesus, quando Ele estava sendo interrogado pelo Sinédrio, Pedro protagonizou um episódio que nos mostra como a nossa fé, mesmo quando a achamos inabalável, pode ser pisada em um segundo pelas nossas fraquezas humanas. Do lado de fora da casa, Pedro foi abordado três vezes, e a pergunta era se ele conhecia Jesus. Ele negou o Mestre, que ele tanto amava, por três vezes.

Mas Jesus sempre soube que Pedro, apesar do vacilo ocasionado pelo medo, era capaz de levar suas mensagens pelo mundo. E foi o que ele fez: saiu pregando pelo mundo antigo, dando ânimo aos outros primeiros cristãos, fazendo milagres e levando as promessas de Jesus. Foi perseguido até mesmo em Roma, local considerado tolerante com as crenças mais diversas. E lá morreu, como mártir, sem uma data específica, mas a tradição estabelece que teria sido entre os anos 64 e 67. Um pescador que realizou coisas consideráveis, acertou, errou, mas principalmente, não desistiu.

Na Umbanda, São Pedro é identificado com Xangô Alufam, o raio de Xangô (da Justiça) que se entrecruza com a vibratória de Oxalá (raio da fé e religiosidade). Mas... por que São Pedro tem a chave do céu? Por causa da determinação de Jesus de que ele seria a pedra que edificaria a casa do Senhor, e que tudo o que ele ligasse na terra, seria ligado no Céu, e o que ele desligasse aqui, seria igualmente desligado no além.

Na imagem acima, vemos uma claridade saindo de seu chacra coronário, no alto da cabeça. É porque em vários relatos, diz-se que Pedro e os outros apóstolos receberam a chama do Espírito Santo, que como umbandista, entendo que ele recebia a vibração de algum espírito muito elevado para guiá-lo em sua missão, inclusive realizando curas, conforme os relatos em Atos dos Apóstolos, no Novo Testamento.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Viva São João!

São João Batista é um espírito tão elevado que ainda no ventre da mãe, Isabel, prima de Nossa Senhora, vibrou de alegria ao escutar a voz da futura mãe de Jesus. E o amor entre os primos e o reconhecimento de que eram irmãos espirituais de uma jornada muito longa está em várias passagens das Escrituras. Na Arte Sacra, há muitas representações dessses dois meninos tão especiais, imagens que passam o amor que um tem pelo outro e cenas típicas entre crianças pequenas. São João Menino, o mais velho dos dois, aparece como uma criança amorosa e curiosa, querendo ver o priminho dormindo, querendo brincar, abraçar...
São João no Brasil é festa de muita alegria, danças, bandeirinhas coloridas, música animada, fogos, comidas deliciosas e brincadeiras que também nos levam à infância. A fogueira de São João vem bem a calhar no inverno, mas o motivo não tem nada a ver com o nosso clima. Reza a tradição que Isabel mandou fazer uma fogueira bem alta quando João nasceu, para que a prima Maria a visse de longe e soubesse da chegada da criança.
João foi o último profeta que anuciou a vinda do Cristo, sentiu-se honrado em batizá-lo no Rio Jordão, levava uma vida sem nenhum tipo de conforto e meditava po longos períodos no deserto. Vivia para se dedicar a Deus, a ponto de incomodar as autoridades e morrer degolado. Nasceu após ser anunciado pelo Anjo Gabriel e morreu pela força bruta. Pontos em comum com o primo Jesus.
Ele é um desses espíritos tão especiais que continuam trabalhando por nós. Conhecido e reverenciado em culturas muito diferentes, tornou-se o padroeiro do Canadá - na sua porção francesa. Aliás, 24 de junho é feriado em Quebec. Para os muçulmanos, João foi um grande profeta. Para os católicos, ele é o padroeiro dos catequistas, aqueles que ensinam a religião e o Evangelho às crianças, além de ser um dos três santos comemorados durante as festas juninas, juntamente com Santo Antônio e São Pedro.
Para os espíritas kardecistas (espírita é todo aquele que acredita na comunicação entre encarnados e desencarnados), há uma passagem do Evangelho que prova que há a reencarnação: no capítulo 17 de Mateus, Jesus dá a entender que o profeta Elias, do Antigo Testamento, foi uma vida anterior de João.
Na Umbanda, ele chefia a Linha do Oriente, que trabalha com cura e detém conhecimentos ancestrais de magística. Além disso, no sincretismo ele é identificado como uma das qualidades do Orixá Xangô.

domingo, 19 de junho de 2011

Paris, para quem sabe o valor de se apaixonar



Procurando uma carta sobre os amantes do Tarô, nada chegava perto da beleza dessa escultura que eu amo, Eros e Psiquê. Na verdade, queria uma imagem que simbolizasse Paris. Taí: paixão, beleza eterna e uma das minhas maiores emoções quando visitei o Louvre. Esta carta/imagem é para registrar que, sim, eu também me apaixonei por Paris e sonho em lá voltar.


Enquanto isso, me emociono com Meia-Noite em Paris, de Woody Allen, e com meu predileto de sempre, Proust, cujo quinto volume em HQ de Em Busca do Tempo Perdido enrqueceu minhas férias.

Je T'aime, Paris!

quinta-feira, 16 de junho de 2011

A todas as minhas amigas bruxas!

A carta de hoje é só uma pequena homenagem a todas as minhas amigas que permitem que a força do feminino as levem para o maravilhoso mundo da intuição, sensibilidade, o invisível que ajuda a nos guiar. Para as bruxinhas do bem, para as que mexem o caldeirão, mexem o canjerê, batem curimba, bebem, dançam e se enfeitam "na intenção". Amo cada uma de vocês que cruzou meu caminho. Amigas de jornada, de busca, de crescimento! Somos uma irmandade, e graças a Deus (ou à Mãe Gaia) não estamos na Idade Média! E que a adaga das moças sempre nos proteja da energia que vem contra toda essa busca bonita que fazemos!

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Com a bênção de Santo Antônio, mas sem o pãozinho


Se existe uma coisa que me agrada na religiosidade dos brasileiros é essa mistura entre folclore e fé. Pra mim, é uma das expressões mais profundas dos sentimentos religiosos, acredito que essa dobradinha ajuda as pessoas a nortearem suas vidas de acordo com as mensagens positivas das crenças de uma maneira natural. Afinal, somos cheios de imperfeições e temos dificuldades para nos ligarmos às coisas essenciais. Com a proximidade da fé no nosso dia a dia, fica mais fácil nos concentrarmos, nos lembrarmos e até nos transformarmos em pessoas melhores.

Tudo isso para dizer o quanto fiquei emocionada na segunda-feira, dia 13 de junho, quando cheguei no Convento de Santo Antonio, no Largo da Carioca, para receber a tradicional bênção e pegar o pãozinho pelo dia do chamado Santo Casamenteiro.

Juro que não fui lá pedir um marido (já estourei a minha cota)! Fui agradecer o ano, pedir forças para minha jornada, saúde aos que eu amo, determinação para continuar levando, seriamente, as coisas a que me propus fazer e sabedoria para as mudanças estruturais que devem vir por aí. Era tanta gente que até desisti de pegar na saída o tradicional pãozinho, que se guarda em açucareiros.

Mas o convento é sempre uma emoção. Aquelas paredes barrocas, com mais de 400 anos de história, são testemunhas da infância do Rio de Janeiro, já abrigaram reuniões importantes do Imperador, deram espaço à uma faculdade de Filosofia, já acolheram homens de muita luz, como Frei Fabiano de Cristo, e confortou muitas pessoas pobres. E também foi palco de um episódio folclórico digno de um povo tão especial quanto o carioca/brasileiro/luso. Aqui no Rio, Santo Antonio, nascido em Lisboa e que já chegou no Brasil como um dos santos mais queridos, fez carreira militar!!!

Para expulsar de vez os franceses da cidade, em 1710 as autoridades tiraram a imagem de Santo Antônio do altar e o colocaram sobre o muro do convento. A proteção "dos céus" rendeu-lhe um soldo, como se faz a qualquer homem de farda, sendo que toda a renda era revertida em obras assistencias. Acreditando no poder do santo para nos defender, Dom João, em 1814, elevou-o a tenente-coronel, passando-lhe o bastão de comando da cidade. Muitos não sabem, mas a Carta do Dia do Fico (1821), lida por Dom Pedro I, foi redigida também dentro do convento.

Mas o poder maior do local e do santo é o poder da fé. Uma aglomeração sem igual está lá, em todo 13 de junho, para fazer seus pedidos àquela imagem linda de seu altar - essa mesma aí da foto - com o menino Jesus no colo. Todos querem sua bênção e agradecer frente à imagem delicada, que faz o contraponto ao santo-militar.

Na Umbanda, Santo Antônio é muito reverenciado, com músicas (pontos) que lembram sua ligação com os Exus:


Santo Antonio de Batalha

Faz de mim batalhador

Corre a gira, Pombagira

Tranca Rua e Marabô

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Mas Aromaterapia é o quê?

Quando digo aos meus amigos que estou estudando Aromaterapia, todos perguntam: mas isso é exatamente o quê? O efeito dos cheirinhos? Perfume pra relaxar, pra despetar, pra acalmar?... Acho engraçado, porque era essa a visao que eu tinha também. Acho que o nome não ajuda. Então resolvi escrever sobre isso.
Aromaterapia é um vasto terreno, com estudos seríssimos que começaram na Europa e que no Brasil vem ganhando mais espaço. Trabalha-se com óleos essenciais extraídos de flores, frutas, cascas, folhas, sementes e troncos. São elementos poderosos - e em alta concentração - que são retirados da natureza e que agem em todos os níveis do corpo humano: físico, mental, emocional, espiritual.
A primeira sensação vem do aroma de cada óleo essencial. Ele automaticamente age no nosso bem estar, mas não para aí: ele começa a atuar no compo físico ao ser inalado. E ao entrar em contato com a pele, o efeito é intensificado. Estudos feitos na Inglaterra comprovam que eles entram rapidamente na corrente saguínea, quando utilizados em massagens, estendendo seus benefícios a órgãos, à mente e por aí vai.
Na França, um dos países mais avançados no assunto, médicos receitam cápsulas de óleos essenciais para determinados males. No Brasil, por lei, os óleos essenciais por via oral não podem ser receitados. Mas eles podem favorecer nossa cura por meio de cremes, géis, sabonetes, xampus, aromatizadores de ambiente, velas, massagens, máscaras estéticas e mais...
Apesar das maravilhas que podem nos oferecer, é preciso ter conhecimento para utilizar os óleos essenciais. O primeiro erro é confundi-los com as essências - artificiais - vendidas nas lojas, geralmente a um preço bem convidativo. Os óleos esssenciais puríssimos têm um preço, justificadamente, mais elevado. E eles não devem ser passados puros na pele, por serem muito concentrados.
Em cada gota de óleo essencial, há uma cura a caminho. É importante estudarmos muito para utilizá-los a nosso favor. Posso garantir: é um mundo apaixonante, poderoso e está na ordem do dia, pois cada vez mais o mundo busca alternativas naturais para o ser humano ter saúde.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

A beleza vista do alto da Montanha

É muito interessante esse mundo do Baralho Cigano... dependendo da personalidade ou do momento das pessoas que convivem comigo, me vem à cabeça uma carta específica, que tem a ver com aquela pessoa em especial e que me faz ver um pouco além do que eu enxergava dela. A carta número 21, a Montanha, é cheia de significados bons e fortes, e este post é dedicado a uma amiga igualmente forte, igualmente cheia de qualidades: Teresa.
Pela sua magnitude, quando eu comecei a mexer com as cartas, a Montanha me deixava meio cabreira... pois é preciso esforço para subir ou escalar algo tão grande. Sim, este é um dos recados: esforço, dureza. Porém, fui me dando conta da maravilhosa mensagem que está além das gotinhas de suor: quando nos dispomos a subir a Montanha e chegamos mais perto do azul do céu, várias alegrias acontecem: percebemos que somos fortes, temos raça, fomos tão capazes de chegar lá quanto os outros que nos precederam; podemos, dali, ter uma recompensa maravilhosa que é ver a paisagem que circunda aquele lugar; podemos vislumbrar horizontes magníficos, ver o pôr do sol como a maioria das pessoas jamais teve oportunidade – ou se permitiu.
Mais uma etapa da nossa vida se cumpriu e adquirimos, ao longo da subida, experiência e confiança suficientes para sabermos: "Que venham as Montanhas! Estou preparada, sou forte e posso".
Vejo na minha amiga, como em outras pessoas, que a vida lhes ofereceu várias Montanhas. Dedicadas, subiram sem alarde, alcançaram o que precisavam em determinado momento. E fizeram de forma tão honesta, tão fora do próprio ego, que não se deram conta de que fizeram uma jornada admirável. Inúmeras vezes. Que fazem coisas admiráveis, que transpõem sempre os obstáculos. Então, para Teresa e todos que se encaixam nessa situação, curtam o descanso do guerreiro a cada subida. Porque daqui a pouco, será exigida uma nova escalada.
Como na Umbanda pedras, pedreiras e montanhas são associadas a Xangô, essa lâmina tem um outro significado que não há em outros países: Justiça, o sentido do raio desse orixá. E a Justiça depende do nosso esforço pessoal, diário, de não escorregarmos na caminhada, não procurarmos atalhos que nos envergonhem no futuro, não nos desesperarmos e acreditarmos que na hora certa (o tempo certo de escalada), tudo se cumprirá. A recompensa, ou o lindo pôr do sol, nunca deixará de se exibir para quem lá chegar.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

A Cegonha tá sobrevoando

Falamos tanto de amor, de tudo de bom que sentimos e somos capazes de fazer em nome dele... às vezes, por causa dele, vêm boas consequências. Às vezes, apesar dele, teremos consequências que serão baseadas no... amor! Difícil de entender? Então, pensando rápido: qual a forma mais deliciosa de fazer o mundo à volta da gente ganhar leveza, beleza, pureza, alegria?... Qual o maior presente que um ser humano pode deixar nessa terra? Hummm? Não sacou? SÃO OS BEBÊS!
Este post é dedicado a duas amigas queridas, irmãs, parceiras de momentos importantes na minha vida e que agora se entregam para a chegada desses presentes maravilhosos e perfeitos. Duas amigas, que esta semana, por dois dias seguidos, fizeram meu coração pular de alegria e me fazer rir como uma criança ao saber que elas estavam grávidas. Com isso, elas furaram a fila das minhas promessas de tirada de carta a quem me pede rsrsrrsrsrsrsrs.
A carta é a da Cegonha, 17 no Baralho Cigano, aquela que indica as boas novidades que começam a nos sobrevoar. Dentre elas, a mais especial de todas, a gravidez – impossível não associar essa ave à maternidade. Até onde consegui descobrir, a lenda das cegonhas que entregam os bebês às mães vem da Escandinávia, por conta da cegonha ser considerada uma mamãe muito zelosa.
Nas cartas, essa ave simboliza não restritamente novidades, mas também novas oportunidades. Pode ser até alguma surpresa não muito boa, mas que nos dará a chance de ir adiante e perceber a boa opção que estava lá naquele cantinho que antes não havíamos prestado atenção. O segredo? Olhar de fora da situação. Imagine-se como uma cegonha, planando sobre a questão. Você verá às vezes algo desagradável, mas nesse campo de visão ampliado, estarão novidades e oportunidades que, sem esse vôo corajoso, não seria possível.
Um brinde às maravilhosas novidades desta semana!

segunda-feira, 16 de maio de 2011

O Naipe de Ouros

Diamantes (Diamonds), Ouros, Coins (Moedas)... naipe poderoso, hein? Mas isso não significa que ele seja um incentivo ao materialismo ou consumismo. A mensagem do Naipe de Ouros, que representa o elemento Terra, é que, ao mesmo tempo em que devemos cuidar do nosso lado espiritual, não podemos esquecer que estamos no mundo físico. Portanto, também é importante sabermos lidar com nosso bens (sejam muitos ou poucos), da nossa casa e do nosso corpo. Tudo de material que este mundo nos oferece para que tenhamos uma passagem por aqui proveitosa. Depende da forma como serão utilizados.
Em alguns tarôs, ele é chamado de Pentáculo (aquela estrela de cinco pontas), com um desenho dessa figura em uma grande moeda dourada. Por quê? O Pentáculo, em culturas pré-cristãs, era uma forma de representar o culto à Natureza, o reino da Mãe Terra. Para os romanos, ele era associado à Deusa do Amor, Vênus (Afrodite para os gregos).

A estrela de cinco pontas também representa o ser humano, que pode ser visualizado com os braços e pernas abertos. Quando este naipe nos diz que ele tem a ver com a Terra, o mundo físico e com os corpos, não podemos nos esquecer de que a sexualidade está nesse âmbito. Ouros nos diz: "Sexo é saudável, preze sua vida sexual, utilize sua sexualidade de forma saudável, ela também pode ser uma riqueza – que, assim como o dinheiro, pode ser uma bênção, se bem utilizado.

Vamos ancorar!

A penúltima carta do Baralho Cigando, a Âncora, tem um significado bem fácil de entender. É o porto seguro, o pé firme no chão, a estabilidade. A cabeça pode estar no espaço, com mil sonhos, mas nossos pés devem permancer firmes, é a nossa base; sem base, nada se constrói.
Esta lâmina também indica que você terá êxito no que está tentando. Sugere sucesso duradouro, já que as Âncoras são feitas de metais muito resistentes. A não ser, claro, que esteja ao lado de cartas de energia ruim, como a Cobra, Rato, Urso... nesse caso, é melhor ficar atento para eventos e/ou pessoas que podem te desestabilizar.
Junto da carta das Nuvens, pode ser um aviso que, mesmo que você esteja num relacionamento ou empreendimento firme, em alguns momentos, você pode sentir seu barco dar uma balançada. Nada que não seja contornável. Nem é para se assutar. Afinal, a vida é dinâmica: o que acontece com um local onde a água está sempre parada, inerte? Fica cheia de lodo!
Para os católicos, a Âncora tem dois significados. O mais antigo, da época das catacumbas dos primeiros cristãos, a referência é a salvação: mostrar que o bom cristão chegava ao porto seguro da vida eterna com as benesses prometidas. Hoje, utiliza-se a Âncora como símbolo de Esperança.
Na Umbanda, a Âncora é um dos símbolos da Linha de Yemanjá e dos Marujos (ou Marinheiros), falange que trabalha na vibratória desse orixá cujo sítio natural são as águas do Mar.

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Pretos Velhos, guias iluminados

Esta data é só uma convenção, mas tradicionalmente hoje, 13 de maio, os terreiros de Umbanda homenageiam os guias que se vestem fluidicamente como Pretos Velhos.
Das entidades da Umbanda, os vovôs, vovós, pais, tios e tias que trabalham nessa linha, a Linha das Almas – ligados ao orixá Obaluaiê – são amados por pessoas de todas as idades, pela docilidade com que atendem os filhos de fé.
É como se voltássemos ao colo de um ancião querido, nos sentimos crianças amadas e ouvimos conselhos amorosos, somos limpos com a tradicional arruda, e os Velhos ainda fazem suas orações à Virgem Maria, aos Santos, aos Orixás.
O que eles mais nos pedem é que acreditemos, sempre, que tudo vai se resolver, dentro da lei maior de Deus, sem que para isso seja necessário que cometamos mais erros, como brigas ou vinganças. Não! Eles nos pedem paciênca, perdão, fé e compreensão.
Nem todos os que se apresentam assim foram, quando encarnados, escravos africanos. O que importa é a mensagem e nos fazer ver a riqueza dessa raiz negra brasileira. Posso dizer o efeito que teve em mim ver, pela primeira vez, uma gira de Pretos-Velhos. A primeira coisa que eu senti foi a importância de reverenciarmos os mais velhos; consegui enxergar a beleza daquela sabedoria em um corpo já curvado. Foi só naquele momento que entendi o que significava reverenciar alguém beijando sua mão. O próprio andar deles já é uma lição de que devemos respeitar o tempo de cada coisa ou pessoa.
Sentir o abraço de um vovô ou vovó é despertar a nossa criança interna, com toda a sua leveza e simplicidade. Ouvir suas palavras é se abrir para uma visão cheia de esperança, seja qual for o problema que se apresente a eles.
Quando comecei a trabalhar com incorporação, mais lições aprendi com Pai Tomás: o tamanho de seu carinho por mim realiza, a cada incoporação, um renascimento, a noção do que é ser uma filha amada. Tão longe de sua sabedoria ancestral, e mesmo assim tão amada, tão carinhosamente cuidada e orientada. Só tenho a agradecer.

Quando o galo canta
As almas se levantam
E o mar recua
Os Anjos do Céu dizem amém
Preto Velho diz aleluia
Diz aleluia, diz aleluia
Preto Velho diz aleluia
Diz aleluia, diz aleluia
Preto Velho diz aleluia

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Lá no Cruzeiro das Almas, aonde as Almas vão rezar
Lá no Cruzeiro das Almas, aonde as Almas vão rezar
As Almas choram de alegria quando seus filhos combinam
Também choram de tristeza quando não quer combinar
As Almas choram de alegria quando seus filhos combinam
Também choram de tristeza quando não quer combinar

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Amor universal, incondicional

Quem me conhece sabe que tudo em mim é vivido de forma intensa: desde risos de tirar o fôlego por bobeiras até choros convulsivos por dores de decepção que parecem o fim do mundo. Deve ser difícil conviver comigo, pois fica impossível ficar indiferente a essa ventania que arrasto aonde vou (Epahey, Iansã!)

Mas é tão bom quando percebemos que tudo se resume a praticar o amor incondicional, ou agradecer por ele existir, como bem ensina Mestra Kuan Yin, da Fraternidade Branca Universal...

Tive uma prova disso. Estava em casa à noite, telefonei para minha mãe contando como tive um dia, pra variar, agitado, falando das decisões que tomei, das minhas atitudes perante coisas emocionalmente complicadas etc. Ela ouviu tudo e desligamos. Passaram-se uns dez minutos, e aí, um presente:
– Alô?
– Bete, sou eu de novo
– Oi, mãe!
– Queria dizer que sinto muito orgulho de você.

Para tudo, porque os turbilhões pareceram gotinhas. Gotinhas doces, claro.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Símbolos: Paz e Amor


Cresci vendo este símbolo, que achava que tinha sido criado pelos ripongas que apareciam no filme Hair, e nunca ninguém soube me explicar seu significado. No Brasil, associamos o desenho que parece um pé de galinha num círculo à frase "Paz e Amor", máxima dos hippies dos anos 60. Mas na verdade, apesar de ser mesmo um símbolo pacifista, seu significado é Desarmamento Nuclear. Em 2008, este símbolo completou 50 anos. Ele foi criado pelo designer e artista plástico inglês Gerald Holtom, com a intenção de sintetizar e marcar a mensagem de milhares de britânicos que, em 1958, se reuniram para protestar contra as fábricas de armas nucleares.


Este símbolo, que recebeu diversos apelidos e inspirou algumas lendas, atribuindo-lhe uma falsa origem mística, é apenas a junção de duas letras do alfabeto de sinalização que se usa em aeroportos.


Uma mão reta para cima e outra para baixo representa a letra D; os braços abertos para baixo, como um V ao contrário, siginificam o N: Nuclear Disarmament, ou em português, Desarmamento Nuclear.

Depois de ser utilizado por uma ONG que também temia pelo crescimento das armas nucleares, em 1960 a organização americana Student Peace Union popularizou este sinal gráfico, transformado então em símbolo de todos os movimentos pacifistas e dos que reagiam à ordem estabelecida, ou seja, os engajados na contracultura, como os hippies - o que fazia todo o sentido, já que um dos principais alvos de protestos dos hippies era a política armamentista norteamericana, além de lutarem contra a repressão sexual e exigirem igualdade nos direitos civis.

domingo, 1 de maio de 2011

A Flor de Maio

Hoje, início de maio, vou reverenciar aquela que é tão lembrada este mês, mais do que em outros, por causa de algumas de suas aparições: Nossa Senhora, a mãe terrena de Jesus Cristo.

A distância do tempo em que Maria viveu, mais as questões de fé de diversas religiões fizeram com que, ao longo dos anos, surgissem muitas dúvidas e controvérsias sobre sua vida, como: se era mesmo virgem quando deu à luz; se sabia que carregava no ventre o Cristo Planetário; se depois de Jesus teve outros filhos; se realmente ao desencarnar ascendeu aos Céus, em corpo; se não, onde estão seus restos mortais? Ela reencarnou novamente na Terra depois disso?


Minha intenção, neste blog, não é sobrepujar a crença de ninguém. Escrevo sobre o pouco que já estudei e sobre o que acredito. Então, que este post seja visto como uma homenagem, seja qual for a religião de quem estiver lendo.

Se há tantas discordâncias, dogmas, relatos etc., o mais importante é: o que, em Maria, nos une?
Ela é a Mãe por excelência, com toda a beleza que esta palavra carrega: amor incondicional, proteção, compreensão, esperança, o repouso depois da batalha, o bom conselho, a crença de que seus filhos podem sempre serem pessoas melhores e mais fortes.

Eu tenho muitas curiosidades a respeito das aparições de Nossa Senhora: que fenômeno é esse? Como se explica fisicamente? A imagem que as pessoas vêm é dela mesma ou de um mensageiro dela? Ela pode aparecer assim, apesar da densidade energética deste planeta, tão diferente da energia de espíritos muito elevados? É preciso ser médium vidente para poder ser testemunha dessas aparições?


Desde criança, sou intrigada com isso. Sempre me senti muito ligada a Ela, talvez por ter sido consagrada a Nossa Senhora quando batizada, recebendo, como segundo nome, Fátima. E sempre imaginava se um dia estaria brincando, sei lá, no Campo de São Cristóvão, onde passei a infância, e de repente ela me chamaria: "Elisabete, filha minha, quero falar com você".

Muitos que a viram, segundo a Igreja Católica, viraram santos. Uma vez, perguntei à minha mãe: o que uma pessoa faz para virar santa? E a resposta de uma mãe (terrena) que não perdia a oportunidade de usar um bate-papo para fazer aquela criança, às vezes irritadiça, às vezes incompreensível/incompreendida, tornar-se uma pessoa melhor - pelo menos, mais calma: "Precisa ser uma pessoa muito boa, que não grite com os irmãos, não brigue, não desobedeça os pais, estude direitinho..." o resto nem me lembro, já tinha desistido de levar uma vida tão chata. Como não iria gritar quando meus irmãos me provocassem, só pra início de conversa?

Agora adulta, minha pergunta é outra. Se existem as aparições (acredito na maioria delas, ainda que esteja sempre atrás de uma explicação mais científica), como ela escolhe as pessoas que vão vê-la/ouvi-la? Em Fátima, Portugal (cuja primeira aparição foi em 13 de maio de 1917), ela apareceu para três crianças de uma área rural, três pastorinhos.


Na França, houve uma "trilogia": em 1830, ela apareceu para Catarina Labouré, jovem que já havia escolhido uma vida dedicada a prestar assintência às famílias carentes, e ficou conhecida como Nossa Senhora das Graças. Em 1846, em La Salete, Maria escolheu para passar suas mensagens um casal de crianças que pastoreava. Em 1858, em Lourdes, a vidente Bernadette, de 14 anos, jovem de uma família muito pobre e que tinha problemas de saúde, também viu a Virgem.


Nossa Senhora de Guadalupe apareceu no México em 1531, para um índio muito humilde, Juan Diego, que nem mereceu a atenção do bispo nas primeiras tentativas de passar as mensagens de Mãe Maria. Só acreditaram nele quando, ao soltar de sua roupa as flores que havia colhido na colina onde acontecia o fenômeno, apareceu a linda imagem daquela que hoje é a protetora das Américas. O tecido com a pintura, motivo de mil estudos em laboratórios, ainda é um mistério para o homem moderno.


Chamada carinhosamente como La Morenita, a Virgem de Guadalupe é uma versão indígena da Mãe de Jesus. Uma forma de mostrar ao mundo que as representações são feitas para termos uma identificação, e não para mostrar os traços exatos dos espíritos luminares. Um bom exemplo disso temos aqui no Brasil, com a imagem negra da tão amada padroeira, Nossa Senhora Aparecida.


Em 1981, na Bósnia, foi a vez de seis crianças e adolescentes de uma cidadezinha que o mundo nunca tinha ouvido falar: Medjugorje. Há ainda Nossa Senhora da Rosa Mística, de Caravaggio, do Carmo, das Neves, da Penha e muito mais. Resumindo, sempre as mensagens são para a humanidade limpar seu coração, transformar-se através da fé, pelo amor de Deus e dos irmãos. Os escolhidos como porta-vozes sempre são pessoas humildes, de poucos recursos, de uma vida pacata, ainda que com muito trabalho, e com o coração ainda puro como o das crianças.


Seja em que língua for, vinda por meio de que religião for, em qualquer época, como todas as mães, Ela quer apenas que alcancemos a felicidade buscando o que de melhor existe em cada um de nós. Como já disse o seu Filho mais famoso... "Bem-aventurados os mansos e pacíficos, pois herdarão o Reino dos Céus."

terça-feira, 26 de abril de 2011

Carta 26: somos Livros, temos Livros...

Qual a primeira coisa que nos vem à cabeça quando falamos em livros? Sim, estudo. Por analogia, cursos, sabedoria, conhecimentos. Começamos bem, pois o objetivo aqui é desvendarmos o significado das 36 cartas do Baralho Cigano, também conhecido por Petit Lenormand. Vamos então aos significados da lâmina ilustrada pelo Livro.

Num primeiro momento, os Livros podem fazer referência a um assunto ligado ao lugar onde o consulente estuda ou trabalha. Ou à característica da pessoa, um pesquisador ou alguém que está se esforçando para passar numa prova importante, por exemplo.

Agora, as mensagens mais sutis que a carta 26 passa. Às vezes, trata-se de um conselho para que o consulente tenha sabedoria para lidar com uma situação, por mais complicada que esta seja. Para não perder a cabeça. Pode significar a sabedoria de outra pessoa? Sim, mas se pensamos em sabedoria como sinônimo de esperteza, aí eu diria que o mais comum é aparecer a carta da Raposa. Mas o jogo é esse: quanto mais o utilizamos, mais vamos criando nossos próprios códigos. Pra mim, uma pessoa sábia indicada pelos Livros me lembra os grandes mestres, como o personagem Professor Dumbledore, de Harry Potter: a mistura de conhecimento, experiência e uma essência elevada.

Ah, mas tem um significado também que há tempos não via aparecer nos meus jogos, mas ultimamente, vem que vem (já falei, né? Escolho as cartas para o blog pelo meu momento, e não pela ordem numérica). Trata-se do segredo. Como assim? Oras, ou é a referência a um segredo seu, seja de que natureza for, ou um pedido para que você seja discreto.

Ou ainda... sinal de que um segredo em breve será revelado. Detalhes de uma situação que está difícil de ser entendida - sabe quando tem uma pecinha que não se encaixa? Fique atento: se aparecer o Livro na mesa, pode ser que as cartas estão generosamente te mostrando que em breve será revelado um fato até então muito bem escondido - e que o Universo está prestes a jogar no éter.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

São Jorge, queridinho dos cariocas

Pessoas de todas as religiões e até aquelas que não professam nenhuma delas sabe que dia 23 de abril é dia de São Jorge, que já virou feriado no Rio de Janeiro. Mas por que esse santo é tão amado? Por causa do Candomblé? Por causa da Umbanda? Por causa das suas igrejas católicas, que promovem uma programação especial em seu dia? Isso e mais um pouco.

São Jorge faz parte do imaginário carioca, assim como outras figuras religiosas, que são uma questão de tradição e de identidade, transcendendo a fé - infelizmente, quem promove a cisão pela fé não se toca que isso estremece a identidade e a força de um povo.

Quem mais poderia representar esse povo que não fosse um guerreiro, altivamente montado em seu cavalo branco e submetendo um dragão com sua lança? É isso que os cariocas querem ser: aquele cavaleiro, cheio de honra e fé, que cada vez que se faz necessário, monta em seu lindo cavalo e vai combater o bom combate, e não desiste até que mais um dragão seja destruído.

A partir de sua alvorada, os cariocas se unem num único pensamento: "Salve, São Jorge, me ajude a vencer as batalhas do dia a dia". Porque nunca sabemos que tipo de surpresas teremos a cada nascer do Sol, e por mais que procuremos nos manter num caminho justo, "ganhamos" inimigos que nem conseguimos entender por que eles existem.

"Minha filha, quando rezar pelo seu Anjo da Guarda, peça distância dos seus inimigos. Mesmo que nunca tenha feitos inimigos, eles sempre existem", certa vez um Preto Velho me falou. E é isso mesmo. De onde a gente menos espera, surgem os tais dragões. O que nos resta? Nos apegarmos à nossa fé. E é justamente a fé, livre de preconceitos e tão alinhada ao cotidiano que me faz admirar tanto os cariocas. E aqui aprendi, aos 6 anos, que São Jorge é Ogum, vencedor de demanda.

Eu tenho sete espadas pra me defender
Eu tenho Ogum em minha companhia
Ogum é meu pai
Ogum é meu guia
Ogum é meu pai
Na fé de Deus e da Virgem Maria

Quer outro ponto cantado em terreiros de Umbanda?

Ogum, Ogum
Vem de Aruanda
Vem salvar filhos de fé
Pai Ogum venceu demanda

Ogum Ogum
Ogum meu pai
O Senhor mesmo é quem diz
Filho de pemba não cai

Descarrega esse filhos,
Descarrega esses filhos
Leva pras ondas do mar

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Oração de Misericórdia

Senhor, na semana em que re
lembramos sua vitória sobre as trevas, eu te peço:

Misericórida, Senhor, por quem sofre e por quem faz sofrer
Misericórdia, Senhor, por cada vez que não entendemos suas palavras
Misericórdia, Senhor, pelos que não têm o coração puro mas insistem em subir ao seu altar
Misericórdia, Senhor, pelos que, por descuido ou vaidade, caem em armadilhas dos que não têm o coração puro
Misericórdia, Senhor, pelos que prezam a vingança e esquecem de zelar por suas almas
Misericórdia, Senhor, pelos que fazem o mal conscientes de que o Universo cobra cada centavo dado ou recebido, e mesmo assim não resistem
Misericórdia, Senhor, pelos que acham que as obras das trevas ficarão sempre encobertas
Misericórdia, Senhor, pelos que se esquecem que, após um período de noites escuras, ressurge a Lua Cheia para mostrar o que era oculto por ser feio
Misericórdia, Senhor, pelos que sempre tiveram a chance de conhecer a sua mensagem mas preferem manter as palavras na memória e o coração continua endurecido e lúgubre
Misericórdia, Senhor, por quem utiliza a luta do dia a dia para se mostrar ao Mundo, e não para o filho de Deus
Misericórdia, Senhor, pelos invejosos
Misericórdia, Senhor, pelos que se acham feios porque vêm o reflexo de suas almas deformadas
Misericórdia, Senhor, pelos que não pagam um pão a um irmão, mas pagam por um prazer vil e vazio de objetivo
Misericórdia, Senhor, pelos que acham que sua força está nos músculos
Misericórdia, Senhor, pelos que utilizam irmãos desorientados e sem esclarecimento para a prática do mal, sem se importar em estar degradando ainda mais aquele ser
Misericórdia, Senhor, pelos que acham suficiente parecer, aos olhos dos amigos, que têm o coração puro
Misericórdia, Senhor, pelos que têm a chance de conversar com guias iluminados mas não respeitam sua própria luz
Misericórdia, Senhor, pelos que sentem ódio ao saber que duas pessoas foram unidas, seja qual for o motivo
Misericórdia, Senhor, pelos que não entendem a trascendência do Sermão da Montanha
Misericórida, Senhor, pelos que não entendem que estamos nesta Terra para caminhar, e não para dominarmos uns aos outros
Misericórida, Senhor, pelos que amam o servilismo
Misericórdia, Senhor, pelos que são ocos e se enfeitam com flores
Misericórdia, Senhor, pelos que acham que um teto de cimento vai protegê-los da Justiça Divina
Misericórida, Senhor, pelos que têm amigos espirituais poderosos, mas estão com os ouvidos tapados
Misericórdia, Senhor, por sermos tão fracos que, até mesmo quando desejamos Justiça, a raiva nos domina e nos afastamos do Amor Universal da Mãe Oxum
Misericórdia, Senhor, pelos que não pedem à Mãe Iansã para dominar seus instintos baixos e se deixam levar pelas emoções obscuras
Misericórida, Senhor, pelos que festejam Ogum e esquecem que ele zela pela Lei de Deus
Misericórida, Senhor, pelos que sentem a presença de Yemanjá mas esquecem que é ela que levará, para o Mar, toda a sujeira criada contra alguém.