Muitos torcem o nariz quando se fala em sincretismo, um fenômeno bem aceitável e comum na Umbanda. O fato é que, em se tratando de espiritualidade, nada é por acaso.
Segundo Ramatis, os mestres da Grande Fraternidade Branca previram que haveria um sincretismo quando a Aumbandhã, dos tempos da Atlântida, ressurgisse nas nossas terras.
O sincretismo favoreceu a simpatia dos brasileiros com o movimento umbandista. Evitou o elitismo e caiu nas graças do povo, que já se sente uma mistura desde sempre, sem aversão à diversidade de pontos de vista, e entende que conceitos que se sobrepõem podem conviver sem conflito.
Sincretismo é uma mistura de ideias filosóficas ou de crenças ou ainda a influência de uma (crença) sobre outra. Isso acontece em diversos lugares do mundo, em todos os tempos, geralmente quando um povo tem predominância sobre outro.
No Brasil, por força das autoridades, todos eram obrigados a ser católicos. Isso levou os africanos que aqui chegavam a criar um sincretismo com sua fé de origem, e isso continuou a existir mesmo com a chegada da República, quando deixamos de ter uma religião oficial.
Por isso, no imaginário popular brasileiro falar de Oxum e de Nossa Senhora da Conceição pode ter o mesmo peso, e cada um vai utilizar a imagem que está mais de acordo com a sua experiência de vida. Por exemplo, aqueles que, mesmo frequentando terreiros, cresceram também de acordo com as práticas católicas, sentem-se mais à vontade com uma imagem dita "católica". Outros, preferem ver como representação dos mensageiros dos Orixás as imagens que lembram os do panteão africano.
Não há uma mais autêntica do que outra. O importante é perceber qual imagem vai se ajustar mais ao psiquismo da pessoa na hora em que ela precisa ter um ponto visual para firmar seus pensamentos e elevá-los à Deus - que não tem forma, nem cor, nem nação.
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