segunda-feira, 28 de março de 2011

O Naipe de Paus


O Naipe de Paus representa o elemento fogo, e está associado à criatividade, àquela energia que nos leva à invenção do que for preciso para resolvermos nossas questões. É uma força masculina, que todos nós temos, e, como toda energia Yang, precisa ser bem administrada para não sufocar o que está à sua volta, nem criar imposições. Sem cair na vulgaridade, o bastão de comando é um símbolo masculino, de quem é líder. Por analogia, a energia de Paus, além de inciativa, significa também progresso. Achei esta carta do Legacy Divine Tarot, o 5 de Paus, bem representativa da energia propulsora desse naipe. Especificamente a carta 5 fala de conflitos que levam à luta. Ou então que está na hora do consulente "partir pra dentro" no bom sentido, lutar com todas as forças para reverter um quadro desfavorável. Aqui fala-se de competição e de que a sagacidade fará diferença entre vencer ou perder. No Baralho Cigano, não há uma correspondência à esta lâmina, porque as relações com os arcanos só começam a partir do número 6 de cada naipe, além do Ás e das figuras da corte. Também chamado de Clubs (bastões em inglês, mesmo significado de Bastos em espanhol), e ainda Trèfles (trevos) em francês e Wands (varinhas) num inglês mais clássico, diz-se que na Idade Média este naipe era associado aos camponeses. A origem do desenho é controversa. Se parace óbvio pela denominação trevo em francês, há que se considerar que os desenhos mais antigos mostravam um galho com umas folhinhas na ponta, o que justifica os outros nomes já citados, inclusive em português. Há quem diga que o desenho foi baseado nas folhas da Arruda, planta que, quando muito desenvolvida, realmente pode ter seu galho principal igual a um bastão, e as folhinhas muitas vezes se agrupam em trio.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Perdoe-se com Pine

De uma árvore bem popular, especialmente no Natal, o Dr. Edward Bach tirou uma essência para curar as pessoas que sentem muita culpa, remorso. Pine é o nome do poderoso líquido retirado das florescências do Pinheiro, pelo método de fervura.

Os Florais de Bach, primeiro sistema floral do planeta, surgiu no Reino Unido no início do século XX. A proposta é cuidar do doente a partir dos seus sentimentos e sensações, e não de seus sintomas.

Algumas pessoas, durante toda a vida, se desculpam com o mundo ou se sentem mal por tudo o que acontece à sua volta, mesmo que não tenham responsabilidade por aquilo. Muitas vezes, ao verem uma pessoa em situação triste, elas se martirizam internamente em vez de pensar como ajudar, nem que seja com uma prece.

Solidariedade é importante, mas se nos acontece algo bom, devemos agradecer por isso, e não nos sentirmos mal porque o resto do mundo, naquele momento, não pode compartilhar nossa alegria. Porque só com o coração alegre conseguimos ter disposição para ajudar, ouvir, compreender, quando alguém necessita.

Às vezes a culpa é um sentimento pontual na gente. Em algum momento, por uma atitude impensada nossa, ficamos depois nos remoendo, como se isso fosse fazer o relógio andar para trás. Já tentou pedir desculpas a quem sofreu pelo seu ato impensado? A resposta é sim ou não? Tanto faz! Porque há uma pessoa muito importante que também deve te perdoar: você mesmo.

Pinheiro, símbolo do Natal. Natal, símbolo do perdão de Cristo. Perdão, símbolo de renascimento. Estejamos prontos para renascer depois de aprender com cada erro que nos causou culpa e nos abrirmos à gratidão quando a vida nos dá boas coisas.

quinta-feira, 24 de março de 2011

O Navio no Baralho Cigano

Esta é a carta da vez, o recado que tenho recebido atualmente. É sempre assim: dependendo do meu momento, o que anda me preocupando, me afligindo ou me instigando, chega o conselhinho pelas cartas. E a que tem saído em perguntas cruciais, pra mim mesma, é esta, a de número 3 do Baralho Cigano, tradicionalmente chamada Navio. Aparece algumas vezes simplesmente como Mar ou ainda é substituída por um Avião (moderno demais para um oráculo rsrsrsrsrsr).

É uma lâmina bem positiva, que nos diz que é preciso mudar a rota para encontrarmos nosso "oceano azul", ou seja, aquele espaço pronto a ser explorado. Sugere mudanças positivas como indica também que, se você virar um pouquinho a direção do leme, um novo mundo de possibilidades se abrirá à sua frente.

O mar é uma fonte inesgotável para se reabastecer de novas energias nos campos físico, emocional, mental. E somos capazes de sentir isso quando chegamos na praia e damos aquele primeiro mergulho, não é? Imagine esse mar à sua frente, imagine esse mar refrescando seus sentidos, aquele cheiro característico, o barulhinho que nos entorpece... Então, abasteça-se de toda essa energia e aguarde as riquezas que as novas águas lhe trarão.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Quem tem medo de Exu e Pombagira?

Procurando uma imagem para este post, pude perceber que estamos longe de acabar com certas mistificações a respeito dos Exus e Pombagiras, entidades que trabalham na linha de Umbanda. Representações de seres com caras malignas, pés (patas) de bode, vulgares ao extremo, imagens que não passam a dimensão exata da importância e da beleza que é o trabalho deles. Acabei optando por uma imagem do cartunista Lan, de um casal dançando tango. Perfeito! Sensualidade e graça na medida certa, como são os nossos amigos do astral.

Dentro da própria Umbanda, ainda encontramos irmãos que vêm o Exu e sua polarização feminina, a Pombagira, como seres perigosos, que não têm discernimento entre o bem e o mal. Nada disso! Os Exus verdadeiros são seres desencarnados que, sob a orientação de guias de alta estirpe, aceitaram trabalhar na Umbanda sob esta roupagem apenas para a prática da caridade. Eles trabalham principalmente na proteção de pessoas e centros espiritualistas, desmancham trabalhos de baixa magia e, quando incorporados em seus médiuns, dão orientação segura sobre como proceder em áreas do dia a dia que muitas vezes as pessoas têm dificuldades. São seres em evolução, mas preparados para aconselhar da melhor forma possível os irmãos que deles necessitam.

De onde vem o preconceito? É que existem por aí muito espíritos mistificadores, que não são ligados a religião nenhuma mas se passam por entidades de Umbanda. Como Exus e Pombagiras são seres que têm uma energia mais próximas de nós, encarnados (inclusive no que diz respeito à alegria e gosto pela dança), são os que eles mais gostam de imitar. Os falsos Exus dão maus conselhos, têm um comportamento pra lá de vulgar (os verdadeiros utilizam a energia sexual em seus trabalhos, mas não de uma forma deturpada, pervertida, exagerada), são indiscretos sobre a vida dos consulentes, expondo-os aos outros, são escandalosos, estimulam a raiva, a vingança, a inveja, a desconfiança, o ciúme. Além disso, fazem pedidos que fogem totalmente da lei de caridade e amor pregados por Jesus, o Guia Maior da Umbanda verdadeira: querem trabalhos com sangue de animais ou objetos roubados.

Segundo a entidade que se apresenta como Vovó Maria Conga, no livro Samadhi (psicografado por Norberto Peixoto), tais espíritos são doentes, são kiumbas, obsessores que comparecem ou por invigilância do médium e do consulente ou pela baixa moralidade do grupo mediúnico. Em outros posts, vamos falar das várias falanges que compõem a rica linha dos Exus, como por exemplo os Malandros, tão queridos pelos cariocas. E também explicaremos por que os ciganos, aparecem nas giras dessa linha umbandista para praticar a caridade.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Orfeu no Tarô Mitológico

No discurso de domingo, no Theatro Municipal, o presidente norte-americano Barack Obama citou o filme Orfeu do Carnaval. Grande referência da cultura brasileira, que, a partir de uma peça de Vinicius de Moraes (Orfeu da Conceição), criou-se o tal filme, dirigido pelo francês Marcel Camus, e vencedor da Palma de Ouro em Cannes (1959). Tanto a peça quanto o filme renderam músicas lindíssimas feitas por Vinicius & Cia, como Manhã de Carnaval e Felicidade, e a trama foi refilmada por Cacá Diegues em 1999.
Todos situados, vamos ao assunto de hoje: o Orfeu tão falado é uma referência ao poeta e músico da mitologia grega (poesia e música estavam sempre juntas na Grécia Antiga, pois o ritmo garantia que os poetas não esquecessem suas rimas, sempre cantadas, e não contadas). Ele aprendeu a tocar lira com as Musas (ele era filho de uma delas, Calíope, a de "bela voz") e casou-se com Eurídice. No Tarô Mitológico, ele representa o Rei de Copas, o homem da sensibilidade e do amor sincero, que acaba inspirando as outras pessoas no mundo dos afetos.

Apesar da beleza de seus canto, Orfeu foi infeliz no amor. Ao ser picada por uma cobra, Eurídice morre. O poeta decide ir atrás dela, no reino do senhor das profundezas, Hades e graças ao seu canto suave, conseguiu o que ninguém acreditava ser possívcel: Hades, comovido pelo amor deles, consentiu que Eurídice seguisse o amado de volta ao mundo dos vivos - desde que, sob hipótese alguma, Orfeu olhasse para trás.

Qaundo estavam já no finzinho do caminho de volta, Orfeu foi tomado pelo pavor de estar sendo enganado, de que não era Eurídice quem estava seguindo-o de volta à terra. O medo foi mais forte que tudo, e ele se virou para se certificar da presença da mulher. Pronto! Promessa quebrada, Eurídice perdida, definitivamente, para o mundo dos mortos. Dolorido pela perda, até o fim da vida Orfeu se dedicou a pregar, ganhando fama como líder espiritual, até que incomodou tanto Dionísio que este o levou a ser assassinado.

O que significa o mito de Orfeu? Ele é o arquétipo daquele que cura o outro mas não consegue se curar (no caso, o coração partido). Como o naipe de Copas (leia aqui) é essencialmente a emoção, seu Rei representa a pessoa que tem muita força e é bem intencionado, mas que esta força toda está à disposição dos outros, com o coração sempre à frente da razão e às vezes o coração sendo usado como subterfúgio. Orfeu serve o outro para esquecer sua própria dor, busca a cicatrização de sua vida no auxílio ao próximo.

Nesta carta, vemos que aos seus pés está a água, elemento de Copas, e um caranguejo tentando alcançá-lo. O caranguejo, animal que fica imerso no mangue, imperceptível, é o símbolo dos nossos sentimentos e sensações mais profundos, como o medo e a insegurança. São esses sentimentos que muitas vezes escondemos de nós mesmos, e disfarçados de altruístas, damos mais atenção à dor do outro em vez de, primeiro, desenterrarmos nossas dores internas.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Amarelo? Eu quero!

Há alguma semanas, estava sentindo uma necessidade de comprar coisas amarelas, comecei a me incomodar de ter, atualmente, poucas roupas amarelinhas e até sonhei com uma blusa nova desta cor. Acabei comprando um vestidinho (simples e lindo) em vários tons de amarelo (sim, porque espalhafatosa como sou, não resisto aos estampados).

Só depois me toquei de que deveria ter um significado essa carência cromática toda. E tem! O amarelo traz alegria e ajuda a clarear os pensamentos. Duas necessidades que só fui me dar conta esta semana.

Incrível essas dicas que recebemos de nós mesmos.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Pequena prece para aliviar o dia a dia


Recebi esta oração por e-mail, de uma amiga querida. Como me fez muito bem no instante em que li, reproduzo:

Pai, tu que manténs a presença em mim, livra-me de todo mal
Perdoa meus erros e ensina-me a consertá-los
Mantém minha mente na retidão
Mantém minha consciência lúcida
Mantém minha alma pura
Mantém o amor e a fé em meu coração
Retira de mim as mágoas e dores, as perdas e os desamores
Ensina-me a perdoar e ser perdoado
Ensina-me a acreditar em um amanhã de flores, de alegria e amores
Ensina-me a ver meus dons e acreditar neles
Ensina-me a ver somente a verdade, a integridade do meu ser
Que o meu ser possa reconhecer-te em cada coisa, a cada momento, em todo lugar
Dá-me a chance de sentir que sou teu filho, agora e para todo sempre
Amém

Tarô do Chocolate!















Delícia de tarô que conta a história dessa maravilha chamada chocolate.
Da esquerda para a direita, temos as cartas:
Princesa de Espadas
Oito de Ouros
Temperança - a mais importante nesse caso =)
A Força
O Sol
Um viva aos astecas!

segunda-feira, 14 de março de 2011

Amaterasu, deusa japonesa

Com toda essas notícias tristes sobre o Japão, fico imaginando o que está dando força às pessoas neste momento. Claro, a fé é sempre um poderoso aliado. Por isso, fui pesquisar sobre o Xintoísmo, uma das religiões mais populares entre os japoneses. Do seu imenso panteão de divindades, há a linda Amaterasu, Deusa do Sol e figura primordial da mitologia local.

O significado de seu nome é "aquela que brilha no céu". A violência de seu irmão Susanoo, deus do mar e das tormentas (!!!), fez com que Amaterasu se retirasse para uma caverna, privando o mundo de luz. Os outros deuses tanto fizeram até que chamaram a atenção da deusa, que, ao tentar espiar para saber por que eles tanto riam, foi levada à força para fora e, de volta ao céu, tudo voltou a brilhar e ter vida.

Os mitos contam de forma muito peculiar experiências comuns a diversos povos, fazendo o homem entender certas situações cruciais de sua realidade.

Fazendo um paralelo entre essa parte da mitologia japonesa e as tsunamis e terremotos que abalam o Japão hoje, acredito que num primeiro momento todos lá se sentem enlutados, recolhidos. Até que a vibração de forças positivas, mesmo as enviadas de lugares longínquos, vão puxar de volta o povo japonês à luz e à esperança.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Carta nº 1: Cavaleiro, Mensageiro ou Exu?


























A primeira carta do Baralho Cigano traz a figura de um homem montado a cavalo, dando uma ideia de movimento. A lâmina, chamada Cavaleiro ou Mensageiro, geralmente é um bom presságio no jogo. Ela indica transformações que já se iniciaram, a movimentação de uma nova energia para a concretização de algo importante ou até que o consulente terá o vigor necessário para implementar mudanças em sua vida.
Como se trata de uma imagem que sugere ajuda, demonstra energia, superação de obstáculos, alguém que chega para socorrer e/ou movimentar o campo energético para que as coisas sejam cumpridas, esta carta é associada aos Exus.

Na Umbanda, Exu é um guardião, um amigo espiritual que ajuda as pessoas nas suas lutas cotidianas, protegendo, limpando o caminho de energias ruins e até orientando sobre a melhor forma de realizar algo - sempre dentro da Lei da Caridade, ou seja, sem prejudicar ninguém.
Isso é importante que fique claro: ao contrário do que a superstição popular consagrou, os Exus (e sua polarização feminina, as Pombagiras) não fazem e nem admitem que se realize trabalhos para prejudicar quem quer que seja. Muitas pessoas tentam se resguardar da maldade que fazem por aí tentando culpar os desencarnados. Exus VERDADEIROS são espíritos em evolução, e estão sob a orientação de guias como caboclos e pretos-velhos no trabalho de caridade e esclarecimento espiritual.
Se você chegar em alguma casa onde o Exu ou Pombagira, ao incorporar, fale em vingança, exponha desrespeitosamente a vida de algum consulente ou se esmere em palavras ou trejeitos vulgares, pode saber que, mesmo que esteja escrito na porta que é uma tenda de Umbanda, trata-se de um lugar de mistificação, onde espíritos sem luz utilizam o nome desses guardiões bem conhecidos para zombar da ignorância das pessoas ou para praticar maldades juntamente com aqueles que também têm baixa vibração e fingem que estão dentro de uma religião. Chuta que é macumba! - literalmente.
Há muitas informações desencontradas sobre o papel dos Exus, disseminadas ao longo dos séculos, desde que ele foi associado à figura do diabo católico. Umbanda é paz e amor, como diz seu hino. Exu é um guardião, um ser que vem à terra em nome de Jesus. Achou estranho? Veja um post sobre o tema aqui!

sexta-feira, 4 de março de 2011

Vem, meu amor...

... Manda a tristeza embora
É Carnaval, é folia
Nesse dia
Ninguém chora!

Dias de festas e comemorações, pra quem sabe aproveitar, sempre trazem boas energias.

Feliz Carnaval a todos!


quarta-feira, 2 de março de 2011

A Torre é o nosso templo


Não tem jeito, o mundo conspira! Nos últimos tempos, quando parece que tudo existe apenas para me desestabilizar, posso embaralhar como for as cartas que só sai uma lâmina: a Torre! Estamos falando do Baralho Cigano, pois no tarô a Torre tem um significado bem diferente.
A carta número 19 sugere muita instropecção, a busca pela sua espiritualidade da forma que você a entenda - independentemente de religião. É olhar para dentro de você mesmo e lembrar que é ali que mora o seu templo sagrado, com toda a força, sabedoria, remédios para a alma, gratidão e compaixão.
Reparem que a primeira imagem, mesmo com uma tormenta a caminho, mostra uma torre firme, que dá a sensação de segurança, de barreira contra a tempestade (externa). E no topo, uma luz a guiar os que dela precisam. As outras duas, mesmo muito diferentes, passam a sensação de reclusão. É preciso a quietude para ouvirmos nossa sabedoria interna: ela não falha!
Ontem à noite, tirei uma carta para ver como seria hoje, dia do meu aniversário. E lá estava ela, impávida, a Torre! Pra completar, recebo hoje como mensagem de parabéns uns trechos de Aristóteles, do texto Revolução da Alma. Nele, o grande filósofo grego dá o mesmo conselho que seria uma extensão desta carta:


"Ninguém é dono da sua felicidade. Por isso, não entregue sua alegria, sua paz nas mãos de ninguém. Somos livres, não pertencemos a ninguém e não podemos querer ser donos dos desejos, da vontade ou dos sonhos de quem quer que seja. A razão da sua vida é você mesmo.
A tua paz interior é tua meta de vida.
Quando sentires um vazio na alma, quando acreditares que ainda está faltando algo, mesmo tendo de tudo, remete teu pensamento para os teus desejos mais íntimos e busque a divindade que existe em você. Pare de colocar sua felicidade cada dia mais distante de você."