Chicote, Chicotinho: a carta 11 do Petit Lenormand!



Taí a carta 11 do Baralho Cigano: o Chicote! Esse deck é alemão, tá moderninho, dando um ar sadomasô. E chicote, grosso modo, remete mesmo a dor, a apanhar, a sofrimento, seja um sofrimento desejado ou não. Isso, numa primeira leitura. Porque se atentarmos para o outro nome dessa lâmina, Magia, começamos a entender que sua função no jogo pode ser bem mais interessante. Por que Magia? Porque fala da força dos nossos pensamentos. Não há magia mais forte do que um pensamento firme! Certo? E mais: esse penamento forte pode ser para o mal como para o bem.

Então, muitas vezes esta carta entra em jogo para nos mostrar que estamos nos maltratando, por cultivarmos padrões de pensamento que nos angustiam, nos maltratam, nos estressam. Por outro lado, ela mostra que essa força pode ser direcionada a nosso favor. É uma questão de vontade conseguirmos dominar e transofrmar os pensamentos ruins em bons, construtivos, criativos. Quem disse que é fácil? Não! E quem disse que é impossível? Não mesmo!!!

Então, que a magia do nosso poder de criar pensamentos poderosamente saudáveis comece a ser criada agora!

Em alguma escolas de Baralho Petit Lenormand, esta carta também pode ser associada a outro tipo de magia: a feitura de magia por alguém. Sim, trabalhos para afetar outras pessoas. Mas isso dentro de uma configuração muito específica, perto da Lua, por exemplo, ou da Estrela. Mas eu e outras pessoas que jogam sabemos que é preciso ter parcimônia com este assunto. Senão, passamos a achar que tudo é feitiçaria. E não somos marionetes do destino.

O primeiro reino

Sempre achei linda e cheia de esperança a frase "Buscai primeiro o reino de Deus e Sua Justiça e tudo o mais vos será dado por acréscimo". Mas, como todas as mensagens de Jesus, quando pensamos que já entendemos, eis que temos um insight e vemos Suas palavras sob um novo ângulo. Quando lia ou ouvia a música com essa frase, imaginava que essa busca começava olhando para o alto, imaginando uma redenção, e o que não alcançasse aqui, alcançaria em outra vida. Uma postura muito passiva.

Esses dias, a frase ganhou novo sentido! Entendi que buscar o reino de Deus é buscar o meu reino, ir atrás do meu tesouro que nunca saiu de minha porção divina. É reconquistar o que já carrego desde que nasci e que vai me acompanhar quando renascer lá do outro lado. E que reneguei, como renegamos toda vez que esquecemos que somos divinos, perfeitos.

Vejo agora essa máxima como um convite ao autoconhecimento e à autotransformação. Porque, à medida em que me tornar Senhora de meu Reino, as dores, decepções, angústias deixam de ter tanta importância, porque estarei vendo o mundo de um ângulo onde me basta o que EU faço por mim.

"E tudo mais vos será acrescentado", pra mim, antes tinha o sentido de receber coisas boas, aqui ou no além, por procurar ser boa, ser uma devota. Devoção continua sendo importante, mas a forma mudou um pouco. Não adianta ser devota sem que isso paulatinamente não me torne uma pessoa mais feliz, mais forte, mais aberta à voz de Deus... mais Senhora do meu Reino.

Então, agora, vejo que o tal acréscimo que ganharei buscando meu reino é o que a vida vai me dar. Uma das coisas que nos faz nos desviar dos bons pensamentos é a preocupação com o que vai acontecer, se vamos conseguir isso ou aquilo, se a vida vai ser justa. As coisas vindo por acréscimo,  sob essa nova ótica, significa que estaremos numa vibração tão linda, positiva, elevada e longe do ego, que nem precisamos nos preocupar com o que virá. Chegará só o que nos pertence e que nos fará realmente mais felizes.

Ou seja, a frase é um convite à felicidade, mas o caminho é longo, é preciso partir pra ação. Tudo muda. Não precisamos mais olhar para o céu e esperar que caia de lá nossas recompensas. Precisamos ir atrás dessa recompensa, por nós mesmos. A posição agora é de olhos fechados, respiração tranquila, escutando o silêncio de Deus dentro de nós. As mãos não estarão mais esticadas para apontarmos os erros do mundo. Agora elas se juntam, suavemente pousadas sobre o coração, sede do Nosso Reino, que está ávido por ser redescoberto.