domingo, 13 de novembro de 2011

"Bem-aventurados os humildes...

... de espírito, pois deles é o Reino dos Céus". No Sermão da Montanha, Jesus reforça a importância de nos desfazermos da vaidade. Tanto na Igreja Católica como na Umbanda, há símbolos de humildade que quero juntar aqui por passarem a mesma mensagem. Vamos dizer... um "personal sincretsimo".
Resolvi associar a imagem de São Vicente de Paulo, santo que viveu em Paris no século XVII, com Obaluaiê, Orixá do Sétimo Raio Sagrado da Umbanda.

São Vicente cuidou dos pobres e doentes e inspirou uma corrente de católicos a praticar a caridade de uma forma mais humanitária: visitando os beneficiados, convivendo com suas famílias, não levando apenas remédio e dinheiro, mas conversando, ouvindo, dando orientação, ajudando o assistido a se promover socialmente. Ele foi ainda um dos espírios de luz que ditou mensagens lindas sobre amor e caridade a Allan Kardec e seus auxiliares, que fizeram esse registro no Evangelho Segundo o Espiritismo, no século XIX.

Obaluaiê também auxilia quem está doente, pois o Sétimo Raio é o da transmutação, da limpeza, é como se ele nos lavassse para o novo. É a essa linha quem pertencem os Pretos Velhos, símbolos da sabedoria e humildade. Por isso, e por causa de algumas historias dele contadas no Candomblé, que ele é normalmente sincretizado com São Lázaro. Na verdade, Lázaro é um mendigo em uma parábola contada por Jesus, que mostra que do lado de lá nem sempre os reis têm uma existência mais feliz do que a dos desvalidos.

Tudo isso pra dizer que na simplicidade e sem alardes podemos fazer muito. Não ser "popular" não significa que não fazemos coisas grandiosas ou que nossos atos não são importantes para muitos.

Quantas pessoas você já ouviu dizer que é devoto de São Vicente ou que celebra Obaluaiê? Mas essas forças lindas, poderosas, mensagens eternas de amor puro e de limpeza espiritual/energética estão aí, o tempo todo à nossa disposição.

Ser humilde não significa que simplesmente não devemos ser gananciosos, loucos por dinheiro e poder. É muito mais profundo: significa que, pequenos como somos, temos uma alma grandiosa, se quisermos. E grande como somos - para quem nos ama, somos pequenos a ponto de precisarmos da ajuda dos outros. Grande é ser popular? Não, grande é deixar o ego lá atrás, escondidinho na sombra do nosso coração.

Viva São Vicente de Paulo, com quem aprendi muito, na minha época de católica, e com quem me emociono ainda lendo o Evangelho Segundo o Espiritismo.

Atotô, Obaluaiê, me limpe e renove minhas energias para eu continuar minha caminhada nesta terra!

Um comentário:

  1. Vivendo, lendo e aprendendo....e sempre adorando as postagens bjs!Ana

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